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Radio Viseu Cidade Viriato

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Cavaco e Silva no Cavaquistao...

Em Viseu

Ora suspensa e restaurada, ora com nomes, locais e dias diferentes, a Feira que agora é conhecida como de São Mateus foi inconstante ao longo os anos.


Só em 1511, 119 anos após se ter iniciado, ganhou esta designação, por ter sido determinado pelo Senado Municipal que passaria a acontecer no dia da festa de São Mateus, a 21 de Setembro. Apesar de tantas variações, o evento é o ex-libris de Viseu há 617 anos e é uma das feiras mais antigas de Portugal.


O dia 14 marca a abertura oficial da festa que, este ano, contará com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
Não obstante de ser a festa da cidade, é essencialmente um local de trocas comerciais e, por isso, é um dia que muitos comerciantes e empresários anseiam. Ali, têm a oportunidade de dar a conhecer os seus produtos e serviços aos milhares de pessoas que todos os dias frequentam a feira.


Durante 40 dias e 40 noites são esperados mais de um milhão de visitantes , onde estarão 300 expositores distribuídos por 14 mil metros quadrados. Os participantes estarão organizados em três espaços centrais, consoante a actividade comercial.


Assim, na Praça de Diversão vão estar diversos equipamentos de entretenimento para crianças e adultos, na Praça de Alimentação pode usufruir-se da gastronomia regional e do vinho do Dão e a Praça Comercial irá acolher artesanato, utensílios para o lar e bijuterias.


Tal como acontece todos os anos, o Pavilhão Multiusos recebe empresas de diversas áreas, que fazem uma mostra do tecido empresarial da região. A arte também marca presença nesta edição da feira, através do projecto Artexpovis, que continua a atrair novos artistas do Centro, desde 2005.


Para este ano, estão reservadas algumas novidades, como é o caso do funicular que, quando for inaugurado, fará o percurso entre o recinto da feira e o centro histórico .


A Câmara Municipal também deu uma ajuda à Expovis, empresa que organiza o certame, instalando mais bancos de jardim para maior conforto dos visitantes.


A Expovis dedicou alguns dias ao desporto, à promoção da dança e música regionais e à solidariedade social. A receita do dia 18 e Agosto reverte a favor da Paróquia de São José e o dia 25 está reservado à Associação Viseense de Bombeiros Voluntários.


A Sociedade de São Vicente Paulo recebe a receita do dia 28 de Agosto e o dia 19 de Setembro é exclusivo à solidariedade social. As crianças também têm um dia dedicado a elas e comemora-se a 13 de Setembro com a realização de diversas actividades.


Os espectáculos de música e dança prometem agradar a todas as idades, e vão desde o folclore, passando pelas filarmónicas, pela música popular portuguesa e estrangeira, pelo fado e pelo Ballet Internacional de La Costa de Buenos Aires (Argentina).


Os concertos de Paulo Gonzo, Ana Moura, Santamaria, Tony Carreira, Quim Barreiros, Mafalda Veiga, Buraka Som Sistema e Grupo Sete Saias são os pontos altos da festa.

Em Satao

S. Miguel de Vila Boa (Sátão) não esconde orgulho por saber que o restauro da capela da Senhora da Esperança é hoje inaugurado pelo presidente da República

Habitantes de Abrunhosa arregaçaram ontem, quinta-feira, as mangas para se entregarem, com entusiasmo, à limpeza geral da capela de Nossa Senhora da Esperança.


Um ícone da freguesia de S. Miguel de Vila Boa, no concelho de Sátão - e do património religioso nacional - que o presidente da República, Cavaco Silva, visita hoje ao final da tarde. Uma presença que assinala o fim das obras de restauro a que o templo foi sujeito nos últimos anos.


Teresa Figueiredo Coelho, de 75 anos, não esconde a alegria que lhe invade "o coração e a alma". Agarrada à esfregona com que lava o chão em pedra de granito, a mulher, que nos últimos 42 anos assegura, com o marido, a guarda da capela, rende-se ao "milagre" de a ver novamente visitável.


"Custou a acreditar que alguma vez isto fosse acontecer. Mas aconteceu. Tudo por obra e graça de Nossa Senhora da Esperança", garante Teresa, sem nunca parar de limpar o chão.


"Queremos que a capela esteja um brinquinho quando o senhor presidente aqui chegar", justifica, confessando o "prazer" que sentirá quando Cavaco Silva entrar no templo.


Para a guardiã do santuário mariano da Senhora da Esperança - um ex-libris do barroco português construído em meados do século XVIII -, as obras de restauro, iniciadas a 8 de Outubro de 2007, travaram um ciclo de degradação que fazia temer o pior.


"Um dia a sanefa talhada em madeira caiu em cima de um dos púlpitos. Pensámos que era o fim", recorda Teresa. As preocupações não se cingiam à ruína. "O meu homem levantava-se de noite, a chover que Deus a dava, a pensar que andavam ladrões a roubar imagens na capela. Era um pesadelo".


Perto de Teresa, com um pulverizador às costas, cheio de água, Miguel Ferreira concentra-se no trabalho que tem em mãos. "Este chão não pode ser varrido. Se o fosse, levantava-se uma nuvem de poeira que dava cabo da talha dourada que acabou de ser restaurada", explicou. A técnica posta em prática implicou o recurso a uma máquina utilizada pelos agricultores para sulfatar as árvores. "Eu vou à frente a molhar o chão e outros vêm atrás a limpar", pormenorizou.


Miguel Ferreira não esconde o "orgulho" de estar a preparar tudo para receber Cavaco Silva. "Pertenço à Irmandade desta terra e estou muito feliz por o nosso Presidente vir à Senhora da Esperança. Um monumento religioso como não se encontra outro igual no país", afirma.


Sem tarefa atribuída na operação de limpeza, Fernando Martins, outro morador, neste caso vizinho do templo, entretém-se a ver como os trabalhos correm. E lá vai dizendo de sua justiça.


"O Cavaco nunca cá veio. É a primeira vez. Estou ansioso para o ver de perto. Só o conheço pela TV", confessa. Tudo porque, alega, "o património em causa merece bem uma visita do chefe de Estado. Tem mais de 300 anos e nunca tinha sido restaurada", testemunha Fernando Martins.


Enquanto o homem fala, desdobrando-se em agradecimentos a quem o deixa andar de um lado para o outro, a ver a labuta dentro do templo - "conhecem-me bem, moro aqui ao lado" -, Carla Pereira, técnica de restauro de um ateliê de Viana do Castelo, tem a atenção completamente centrada na pintura de uma espécie de gradeamento em talha. "Estou a reintegrar marmorizados", revela, sem mais pormenores.


As obras de conservação e restauro da capela de Nossa Senhora da Esperança e do seu órgão de tubos, em Abrunhosa, S. Miguel de Vila Boa, lançadas pelo Ministério da Cultura, custaram mais de 750 mil euros e foram co-financiadas pela União Europeia.


Os trabalhos, a cargo de várias empresas de restauro do património integrado e móvel desenvolveram-se no interior da capela, ao nível de tectos, talha dourada e policromada, azulejos, pintura mural e pintura sobre tela em madeira.


O santuário que há muito evidenciava problemas de infiltrações que faziam perigar a sua estrutura e riqueza interior, conheceu uma nova dinâmica depois de Fátima Eusébio, investigadora em História da Arte (especialista de talha e escultura portuguesa dos séculos XVII/XVIII), ter dado à estampa, em 2006, o livro "A capela de Nossa Senhora da Esperança - A obra de arte total num depoimento de fé". Uma edição patrocinada pela Fundação Mariana Seixas (Viseu).


É este imóvel religioso, classificado de interesse público desde 2002 (o órgão de tubos ganhou idêntica distinção em 1978), que Cavaco Silva visita hoje pelas 18 horas.


"Antes, pelas 16.30 horas, o bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, celebra missa no templo restaurado", anuncia Alexandre Vaz, presidente da Câmara de Sátão.


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