A Unidade de Saúde Familiar Grão Vasco, uma das 25 que em 2008 funcionava na Região Centro, conquistou o primeiro lugar na excelência dos cuidados que presta a 14 mil utentes. Autonomia e motivação são o segredo.
"O facto de estarmos perto das pessoas e dos seus problemas, e não sentados atrás de uma secretária, permite-nos ajustar, na véspera e até no próprio dia, médicos, enfermeiros e administrativos ao número de utentes que temos para atender. Sem ser necessário meter um requerimento que pode levar semanas ou meses a ser despachado", esclarece António Lemos, coordenador da USF Grão Vasco.
Os números do "sucesso" da USF Grão Vasco, relativos a 2008, foram apurados pelo Departamento de Contratualização Autónomo da Administração Regional de Saúde do Centro.
A avaliação teve por base indicadores de acessibilidade (consultas e visitas domiciliárias médicas e de enfermagem), desempenho (eficácia, eficiência e qualidade nas actividades contratualizadas) e económicos (valor das prescrições de medicamentos e de exames complementares de diagnóstico).
Especialista de Clínica Geral e Familiar durante 23 anos, em centros de saúde tradicionais, António Lemos garante que o conceito de USF "revolucionou" a prestação de cuidados primários no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Mudar o horário de um profissional pelo sistema antigo, podia levar meses. Hoje ajusta-se em função das necessidades. Os médicos estão obrigados a trabalhar até 35 horas por semana, mas fazem muitas mais. A motivação é grande e ninguém se queixa".
É por isso, sem "falsas modéstias", que o dirigente acolhe a distinção atribuída à unidade que coordena. Ontem, perante uma delegação de deputados socialistas em visita à instituição, António Lemos revelou números que ilustram a "excelência" reconhecida em 2008 à Grão Vasco.
"Nos 15 dias após o parto visitamos mãe e filho nas suas casas; fizemos 366 domicílios médicos e 1897 de enfermagem; 70% das mulheres até aos 69 anos têm mamografia feita; 100% das crianças até aos dois anos e 99% até aos seis anos, têm as vacinas em dia", sintetizou. "Temos motivos para nos gabarmos sem sermos gabarolas", diz o dirigente. Que pese embora os incentivos financeiros que a equipa recebe por atingir objectivos, reconhece que o maior prémio "é a satisfação dos utentes".
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