Um homem, de 47 anos, foi condenado a cinco anos de prisão efectiva pelos juízes das Varas Criminais do Porto, por tentar matar a companheira, esfaqueando-a com extrema violência no abdómen durante uma discussão.
Os factos remontam a 26 de Julho de 2007, quando, na Rua do Monte da Estação, no Porto, o agressor descobriu que a companheira tinha no telemóvel imagens de teor pornográfico com outro homem e uma mulher. Enraivecido pelos ciúmes, disse à mulher: "vou dar cabo de ti", "posso ir para a cadeia, mas tu vais para o cemitério", "vou-te mandar para o pé do teu sobrinho" - que morrera um ano antes.
De seguida, pegou numa faca de cozinha e desferiu um violento golpe no abdómen da companheira: "Isto não vai ficar assim e vou-te fazer pior", ainda gritou, enquanto a vítima fugia para a rua, ensanguentada e segurando a barriga.
Levada de urgência para o Hospital de S. João, com o apoio de vizinhos e sem ajuda do namorado com quem vivia desde 2005, a mulher foi operada de urgência, devido à perfuração dos intestinos. A rapidez da chamada para o hospital salvou-lhe a vida. A facada deixou na barriga cicatrizes permanentes de 15 centímetros de comprimento e três de largura.
Além de homicídio qualificado sob forma tentada, a acusação do Ministério Público do Porto incidia sobre um crime de violência doméstica, uma vez que a vítima aludiu a agressões anteriores, embora nunca tenha chamado a polícia e tenha procurado curar as suas lesões - pontapés e bofetadas - pelos seus próprios meios. Mas, durante o julgamento, recusou confirmar agressões anteriores, o que impediu a condenação a pena superior.
O agressor é proveniente de uma família com oito filhos e saiu de casa aos 18 anos, indo viver para pensões e quartos arrendados. Apenas com a quarta classe, tem ganho a vida como ajudante de trolha, pintor e armador de ferro e empregado de armazém.
Até conhecer a companheira que tentou matar à facada, viveu durante 20 anos com outra mulher, bastante mais velha, que sofre de diabetes. Esta, aos 63 anos, foi obrigada a amputar uma perna, devido à doença.
Após a tentativa de homicídio, o arguido ficou a viver na rua até ao momento em que se reconciliou com a primeira companheira, com quem voltou a viver num quarto arrendado, a 225 euros por mês, pago com a reforma da mulher.
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