Petroleiro chinês encalhou num banco de areia junto à ilha de Kepel, Austrália. Está a derramar crude e ameaça um dos mais frágeis ecossistemas do mundo.
A fuga do petróleo de um navio chinês encalhado na costa australiana está a ameaçar a maior barreira de corais do mundo. A grande preocupação é que o petroleiro se parta em dois e a maré negra fique fora de controlo.
O alerta foi dado ontem ao início da manhã - hora portuguesa - pelas autoridades australianas . O Governo e o Estado de Queensland indicaram que o petroleiro Shen Neg 1 encalhou durante a madrugada de sábado num banco de areia a 70 quilómetros da costa, junto à turística ilha australiana de Kepel.
As autoridades alertaram para o perigo de fuga do petroleiro, que transporta 950 toneladas de crude. O navio está já a derramar pequenas quantidades de petróleo.
"A situação é séria e existe um risco muito real de que o barco se parta em dois, fazemos todos os esforços para limitar os danos na grande barreira", sublinhou a governadora de Queensland, Anna Bligh, às diversas agências internacionais.
Anna Bligh afirmou ainda que o navio, de 230 metros de comprimento e que transportava também 65 mil toneladas de carvão, chocou contra a barreira quando navegava à velocidade máxima.
À hora de fecho desta edição, um barco da polícia permanecia junto ao navio para proceder à sua eventual evacuação. E o mar tinha sido pulverizado com um componente químico para estancar o derrame.
A Grande Barreira de Coral é o maior recife de coral do mundo, com uma extensão de cerca de 2.300 quilómetros, situada junto à costa nordeste do estado australiano de Queensland, sendo composta por cerca de 2.900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral.
A primeira maré negra de grandes dimensões foi provocada pelo naufrágio do petroleiro Torrey Canyon, no Canal da Mancha, em 1967. Na altura foram derramadas mais de 100 mil toneladas de crude que afectaram cerca de 180 km de praia.
Outra maré negra histórica foi provocada pelo naufrágio do petroleiro Almoco Cadiz, em Março de 1978, que libertou mais de 230 mil toneladas de petróleo, contaminando 320 km de praias.
O maior desastre com petroleiros na história dos EUA foi o derrame de 40 mil toneladas de crude pelo petroleiro Exxon Valdez que encalhou num recife em Prince William Sound, Alasca, na noite de 24 de Março de 1989. Mais recentemente, Portugal e a Galiza, Golfo do México e ainda o Alasca foram afectados.
O impacto destas marés negras nos ecossistemas é enorme. A película formada na superfície da água impede a entrada da luz, que reduz a taxa de fotossíntese das plantas o que diminui a quantidade de oxigénio dissolvido na água provocando asfixia dos peixes e a proliferação de bactérias.
DN
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