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segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Crucificou-se" para recordar vítimas de abusos sexuais da Igreja....

Um artista austríaco crucificou-se na sexta-feira santa, de forma simbólica, na catedral de Santo Estêvão, na Áustria, para recordar as vítimas dos abusos sexuais e os maus-tratos perpetrados por religiosos católicos.


"Crucificou-se" para recordar vítimas de abusos sexuais  da Igreja
Artista austríaco crucificou-se de forma simbólica

Emmerich Weissenberger içou-se a 20 metros de altura na fachada em obras do templo gótico situado no centro da cidade de Viena, para expressar a sua repulsa perante a onda de abusos sexuais contra crianças recentemente conhecidos no país. Alguns transeuntes aplaudiram a acção do artista, que envergava apenas uma toalha em volta da cintura e uma coroa de espinhos. Weissenberger foi detido pela polícia depois de permanecer 15 minutos "crucificado".

"No dia da crucificação de Cristo, crucifico-me por todos os indefesos", explicou o artista sobre a sua "performance", num vídeo em que anunciava os seus propósitos. "Sacrifico-me para que as vítimas recuperem a dignidade que lhes roubaram".

O pároco da catedral, Toni Faber, declarou à imprensa que considera legítimo que os artistas protestem contra a Igreja, mas não "a partir de uma altura vertiginosa em Santo Estêvão, pondo em perigo a vida do próprio artista e a de outras pessoas".

A porta principal da catedral esteve fechada durante o tempo em que Weissenberger esteve "crucificado", devido ao receio de que pudesse cair em cima de quem aguardava a entrada no templo.

Na mesma catedral realizou-se, quarta-feira, uma cerimónia religiosa na qual algumas vítimas de abusos sexuais e maus tratos manifestaram a sua frustração em relação à Igreja pelo sucedido. O arcebispo de Viena e presidente da Conferência Episcopal, Christoph Schönborn, pediu então perdão às vítimas e expressou o arrependimento as Igreja pelo que aconteceu.

A Igreja Católica da Áustria recebeu até agora a comunicação de 566 presumíveis casos de abusos sexuais e maus tratos perpetrados pelos seus religiosos.

JN

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