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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Crias de lince ibérico nasceram no domingo de Páscoa...


Crias de lince ibérico nasceram no domingo de Páscoa

As duas primeiras crias de lince ibérico geradas em cativeiro em Portugal nasceram no passado Domingo de Páscoa no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves, revelou hoje o Ministério do Ambiente.

As duas crias, "robustas e bastante activas", nasceram de parto natural. São a primeira descendência da fêmea Azahar - "flor de laranjeira" em árabe - que nasceu há cinco anos em liberdade e foi o primeiro animal a ser transferido de Espanha para o centro de Silves, em Outubro passado.

Apesar de várias tentativas, Azahar nunca tinha conseguido engravidar no centro de reprodução de Jerez de la Frontera, de onde foi transferida para Portugal: o stress urbano daquele local terá inviabilizado a gravidez.

Após os partos, Azahar exibe "dedicação e tranquilidade" às duas crias, junto das quais está em permanência.

O pai, de nome Drago, nasceu em cativeiro em La Olivilla e é também um dos 16 linces trazidos de Espanha no âmbito do esforço luso-ibérico de conservação do lince ibérico, uma espécie ameaçada de extinção.

Ainda segundo o Ministério do Ambiente, os partos decorreram normalmente e coincidiram com quatro outros nascimentos registados nos três centros de reprodução de linces em Espanha.

"Confirma-se que nasceram dois linces no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico. Nasceram no último domingo e são os dois primeiros nascidos em cativeiro desde que este programa foi criado. É uma boa notícia, ainda por cima tendo em conta que este ano se celebra o Ano Internacional da Biodiversidade", disse à agência Lusa a ministra do Ambiente, Dulce Álvaro Pássaro.

"Se tudo correr bem, esperamos no futuro que estes e outros animais sejam libertados de forma a repovoarem a nossa natureza", acrescentou.

No início de Março, o organismo espanhol encarregado da protecção do lince ibérico anunciou que uma infecção renal provocou a morte de três animais.

O mesmo organismo estimava que um terço dos 72 animais mantidos em cativeiro em Espanha sofreria da mesma doença.

O director do centro de Silves, Rodrigo Serra, disse na altura à Lusa que uma das fêmeas em Portugal estava com um doença renal, mas não de origem infecciosa, avançando com a hipótese de ter sido provocada por "um problema tóxico" decorrente da alimentação ou de vacinas.

De uma população de 100 mil animais no início do século XX, o número de linces ibéricos, considerados os felinos mais ameaçados do mundo, situa-se hoje na ordem das duas centenas em estado selvagem, além daqueles que são mantidos em centros como o de Silves.

Em Portugal, onde não eram avistados linces desde 1980, o objectivo do programa ibérico de reprodução é libertar os animais mantidos em cativeiro nos habitats naturais, como a serra da Malcata, e no sul do país.

DN

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