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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Indianos têm maior sucesso escolar...

Indianos têm maior sucesso escolar

Socióloga conclui que adaptação às regras e apoio dos pais e professores são essenciais para passar de ano.

Os indianos têm mais sucesso escolar que os cabo-verdianos e os portugueses. E moram nos mesmos bairros sociais e têm pais igualmente com poucas habilitações escolares e que mal falam português. Mas adaptam-se melhor às regras e são mais apoiados pelos adultos, sejam os pais ou os professores. Em suma, "sabem jogar nos dois tabuleiros".

"Saber jogar nos dois tabuleiros" é uma expressão usada por um indiano e que, na opinião da socióloga Teresa Seabra, faz toda a diferença quando se trata de comparar os resultados escolares das comunidades imigrantes.

"Os indianos treinam-se desde pequenos para conviver com as regras da sociedade portuguesa e à moda indiana. Há uma dupla pertença que eles cultivam e que favorece a relação com a sociedade de acolhimento e a escola", diz Teresa Seabra. É a autora da tese de doutoramento Desempenho Escolar, Desigualdades Sociais e Etnicidade, estudo desenvolvido em oito escolas públicas do 2.º ciclo da Grande Lisboa no âmbito do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, e que será publicada este ano em livro.

Já as famílias cabo-verdianas parecem viver pior com essa dupla realidade. "Mesmo transmitindo a cultura do país de origem, os pais querem que os filhos aprendam a cultura portuguesa. Mas, depois, estes alunos revelam uma maior incorformidade com as normas escolares, sentem-se mais discriminados", sublinha. Dizem ser pouco apoiados e reconhecidos na escola. E o facto é que são colocados mais frequentemente em turmas de repetentes.

A socióloga analisou o nível de reprovações dos descendentes de imigrantes indianos e cabo-verdianos, comparando-os com os autóctones, e concluiu que "ter uma cultura familiar [habilitações] próxima da escola favorece o sucesso, mas não é uma condição necessária". Os alunos estudados, dos 5.º e 6.º anos, incluindo os portugueses, têm a mesma origem social, o que demonstra que são mais preponderantes o apoio e controlo, a adaptabilidade do aluno, as expectativas do professor e a relação positiva com os colegas.

As crianças indianas são apoiados pelos adultos, o que não significa que os ajudem nos trabalhos. Mas há a presença de um adulto. E, curiosamente, os pais cabo-verdianos têm expectativas mais elevadas em relação ao sucesso escolar dos filhos do que os indianos. Mas os descendentes da comunidade indiana têm mais expectativas que os da cabo-verdiana.

DN

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