Eram 20 polícias municipais. Sobram 17. Entre estes aumentam as queixas contra as más condições de trabalho. Desde andarem de botas rotas, até serem obrigados a comer de marmita na mão. Autarquia desdramatiza. Comando diz que soluções estão em marcha.
O ambiente continua tenso na Polícia Municipal de Viseu (PMV). Os agentes reconhecem que "é bom ter trabalho em tempo de crise", mas lembram que "há condições mínimas" de funcionamento que devem ser asseguradas para que os resultados sejam positivos. Por exemplo, garantir a todos os agentes botas em condições. "Muitos andam a trabalhar com elas rotas e a meter água", criticam.
Más instalações, falta de computadores e a inexistência de um refeitório estão a provocar a fuga de policiais. Ao ponto de três dos 20 elementos que inicialmente integravam a corporação terem mudado de vida.
"Uns já foram embora. Pediram transferência e mudaram de serviço. Outros ponderam emigrar. Há um sentimento geral de abandono. Querem acabar com isto", desabafa um dos homens.
Um dos exemplos da falta de investimento e reforço de efectivos é a anulação de um concurso para 10 novos polícias. "Foi suspenso depois de os candidatos terem gasto um dinheirão a fazer exames para juntar ao processo. Alguns quiseram mesmo avançar com uma queixa em tribunal".
A lista de queixas, não sendo nova, é cada vez mais extensa. A começar pelo facto de o comando da PMV estar a funcionar numa ala do pavilhão Multiusos. "Há muito espaço, mas estamos confinados a uma área minúscula. Não há gabinetes, não há refeitório. Quem quer come nos corredores de marmita na mão ou pede guarida à GNR", diz outro agente.
Falta de água quente para banhos, de computadores para elaborar autos e corte nas horas extraordinárias fazem parte da mesma lista. "Compraram três bicicletas para patrulharmos a ecopista, aos fins-de-semana, e abandonaram a ideia deixando-as a ganhar ferrugem. Tudo para nos impedir de ganhar mais algum dinheirito ao final do mês", desabafam.
O comandante da PMV, Horácio Carvalho, diz que algumas preocupações estão em vias de solução junto da autarquia. "Num caso ou noutro poderia haver maior celeridade na disponibilização de meios, mas a verdade é que está tudo em vias de ser resolvido", diz ao JN.
O presidente da Câmara, Fernando Ruas, lamenta as queixas. "Tudo o que o comandante pede está lá no dia seguinte. Não compreendo a crítica. Criei a Polícia para ser uma solução e não um problema. Se eu sabia, não a tinha criado", conclui, em jeito de aviso.Jornal de Noticias
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