"Parecia um filme de terror". É desta forma que Adélia Almeida recorda o assalto violento de que ela e o marido, Joaquim Almeida, foram vítimas na passada terça-feira.
Um grupo constituído por, pelo menos, cinco indivíduos encapuzados e armados com pistolas e caçadeiras surpreendeu o casal que se dedica à venda de peças de ouro, jóias e relógios pouco depois de estes terem saído de casa com destino à cidade de Viseu, onde iriam montar o seu stand na feira semanal.
Passava pouco depois das 7h15 quando Adélia Almeida e o marido se aproximaram do cruzamento de Paraduça na Estrada Nacional n.º 2 (EN2). "Reparei num carro que estava parado do outro lado da estrada, num caminho rural, mas não estranhei. Assim que o meu marido abrandou o carro, antes de cortar para Viseu, fomos abalroados por outra viatura. De repente estávamos rodeados de vários homens encapuzados e armados", explicou.
Enquanto que um dos ladrões batia no vidro da porta do lado do condutor, exigindo a chave para a mala do carro a Joaquim Almeida, outro abriu a porta do lado do pendura e puxou para a estrada a mulher.
"Arrancaram-me para fora do automóvel e eu consegui voltar a entrar, mas agarram-me novamente, pelo cabelo e por uma orelha - ao ponto de até ter perdido um brinco - e atiraram--me contra umas pedras que existem junto ao cruzamento", recordou.
Tanto o marido como a mulher foram de seguida pulverizados com uma substância que se presume ter sido gás pimenta. "Era da cor de café com leite e os olhos começaram de imediato a arder. Nunca senti uma coisa assim. A última coisa que ainda vi foi o meu homem ser coberto com aquilo", adiantou, lembrando que não havia ninguém por perto para pedir ajuda.
"Foi tudo muito rápido. Eles perceberam que afinal a mala do carro não estava fechada à chave e retiraram as três malas que continham o ouro, as jóias e os relógios, no valor de cerca de 30 mil euros, e depois colocaram-se em fuga", referiu. "Tinham tudo estudado e conheciam os nossos hábitos", acrescentou.
As vítimas do assalto tiveram de receber tratamento médico no Hospital de S. Teotónio de Viseu, devido a diversas pequenas escoriações e também para realizarem uma lavagem aos olhos.
A partir de agora
só relógios
O roubo violento de que foram vítimas acelerou uma decisão que Adélia Almeida e o marido já tinham tomado, nomeadamente, deixar de vender ouro.
"Os nossos colegas, entre os quais um que tinha sido assaltado no ano passado em Moselos, já nos tinham avisado do perigo que se corre e já nem estávamos a comprar peças. Apenas queríamos vender o ouro que ainda tínhamos. Agora vamos passar a vendar apenas relógios e acessórios", explicou.
Recordou ainda que já tinham sido assaltados anteriormente. "Foi há 16 anos, na cidade de Viseu. Na altura o prejuízo foi muito maior, porque transportávamos mais ouro. Desta vez havia inúmeras peças, mas eram todas pequenas", finalizou.
Caso entregue à PJ
O caso foi entregue à Polícia Judiciária de Coimbra, já que se trata de um crime da sua competência, depois de a Guarda Nacional Republicana ter inicialmente tomado conta da ocorrência.
Uma das viaturas usadas pelos ladrões foi encontrada a poucas centenas de metros do local do crime, numa zona conhecida como a Curva do Almargem. O motor ainda estava a trabalhar e tinha sido feita uma ligação directa, pelo que se presume que o carro - uma carrinha Ford Transit verde - tenha sido furtada para o efeito.
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