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Radio Viseu Cidade Viriato

sexta-feira, 19 de março de 2010

Minitornado destruiu um milhar de hectares de pinhal e eucaliptal ...

As autarquias de Oliveira de Frades, Tondela e Vouzela reclamam compensações financeiras para os produtores florestais que viram os seus pinhais e eucaliptais serem destruídos por uma espécie de minitornado, que partiu milhares de árvores na Serra do Caramulo, provocando estragos numa área
de cerca de mil hectares. O governador civil de Viseu visitou ontem a área em questão e prometeu ajuda


O governador civil de Viseu, Miguel Ginestal, visitou ontem as freguesias de Alcofra (Vouzela), Arca (Oliveira de Frades) e São João do Monte (Tondela) que, no passado dia 15 de Fevereiro, foram alvo de um fenómeno climatérico raro, que provocou a destruição de pinhais e eucaliptais numa área aproximada de mil hectares.
De acordo com os autarcas locais a conjugação de dois factores - a queda de neve e o vento forte que se fizeram sentir nesse dia fizeram com que as árvores se partissem sob o peso da neve quando foram atingidas pelo vento, além disso, o vento parece ter feito remoinhos torcendo as árvores mais novas - provocaram uma calamidade que resultou em prejuízos avultados para os produtores florestais da zona.
Rui Ladeira, vereador da Câmara Municipal de Vouzela, explicou que assim que se iniciaram as avaliações dos danos os funcionários perceberam que o fenómeno tinha atingido os três concelhos, pelo que os representantes desses municípios abordaram o governador civil no sentido de este poder ajudar para fazer face aos estragos.
O autarca sublinhou que é preciso fazer um levantamento exaustivo para que sejam dados os passos seguintes, com vista à compensação dos prejudicados, sobretudo dos privados, embora também tenham sido afectadas zonas sob administração das juntas e da Direcção Geral de Florestas.
"Estamos a falar de pessoas muito dependentes do resultado da floresta, por essa razão será feito um trabalho de fundo "não só de avaliação, mas também de preparação daquilo que podem ser as soluções, que podem passar pela reflorestação e a compensação dos prejuízos causados", finalizou.
A vereadora do município de Tondela, Carla Pires, adiantou que o concelho de Tondela foi o mais afectado pelo minitornado, nomeadamente a freguesia de São João do Monte, onde o vento criou um corredor com um quilómetro de largura e seis de comprimento dentro do qual houve prejuízos avultados.
"A maioria dos proprietários têm parcelas pequenas e vivem dos rendimentos da floresta e agora ficaram sem nada", lamentou, explicando que a perda económica avultada, levou as autarquias dirigirem-se ao governador civil. "Em questão estão cerca de 600 hectares, para os quais é preciso apresentar agora um plano de reflorestação exaustivo e tecnicamente sustentado", destacou.

Governador civil
impressionado
O governador civil de Viseu, Miguel Ginestal, que se fez acompanhar pelo director regional das Florestas do Centro, o comandante operacional distrital da Protecção Civil e representantes da Unidade de Gestão Dão Lafões e da Direcção-Geral de Agricultura, mostrou-se impressionado com os estragos provocados, mas destacou o facto de não terem sido afectadas habitações.
Anunciou ainda que já falou com o secretário de Estado das Florestas sobre a situação e que a Divisão de Investimento da Direcção Geral das Florestas está a analisar o problema, no sentido de encontrar uma solução, através de medidas de financiamento como o PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural. "Pretende-se recuperar rapidamente o potencial produtivo florestal que se perdeu com este minitornado", salientou, revelando que será criada uma equipa de trabalho que fará não só o levantamento dos prejuízos mas também apresentará possíveis soluções.
"O relatório com números concretos tem de chegar o mais rapidamente possível ao Governo para dar uma resposta às pessoas que ficaram prejudicadas", sublinhou.
Disse ainda que o comandante operacional distrital da Protecção Civil irá contactar o Instituto de Meteorologia no sentido de apurar se aquela entidade tem registo de um fenómeno climatérico anormal que foi descrito pelas pessoas como um minitornado conjugado com muita neve.
Sem enquadramento
O director regional das Florestas do Centro, Viriato Garcez, referiu que os estragos provocados por fenómenos climatéricos não estão previstos nos apoios aos produtores, acrescentando que tudo seria mais fácil se se estivesse perante um incêndio florestal ou o surgimento de uma praga.
"A falta de enquadramento obriga-nos a tentar encontrar uma solução para esta situação", sublinhou, garantindo que existe vontade nesse sentido por parte de todas as entidades envolvidas
Na sua opinião, a solução passa pela reflorestação, mas não apenas com as espécies que foram destruídas, mas também com árvores autóctones como o carvalho e o castanheiro, para combater a quase monocultura de pinheiro bravo, lembrando que o perigo do nemátodo embora controlado ainda é existente e pode vir a criar grandes dissabores aos produtores.
Alertou ainda para o facto de muitas das pessoas afectadas terem plantado os seus pinhais com o apoio de fundos comunitários, sendo obrigatório avisar a Direcção Geral de Florestas para evitar a quebra de contrato, mesmo que os pagamentos já tenham sido feitos, sob pena de serem obrigadas a restituir as ajudas.

Diário Regional

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