Será posta à venda ainda este mês nas farmácias portuguesas uma nova pílula de emergência que tem uma eficácia de 120 horas - ou seja, até cinco dias após uma relação sexual desprotegida. Só será vendida com receita, mas os médicos ainda a desconhecem.
A comercialização deste novo fármaco foi autorizada em Maio de 2009 pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e a França foi o primeiro país a comercializá-lo, em Setembro. Desde então, segundo informações da Tecnifar, o laboratório que vai distribuir o medicamento em Portugal, já há 27 país que vendem o medicamento que tem por base o acetato de ulipristal. Cá, vai ser vendida este mês e custar 29,60 euros.
Contraceptivo de emergência só será vendido com receita, mas médicos ainda o desconhecem |
A grande diferença deste novo contraceptivo oral de emergência é o facto de aumentar de três para cinco dias a capacidade de inibir uma gravidez indesejada e de, ao contrário das pílulas deste género à venda em Portugal, requerer receita médica. Ontem, vários médicos ginecologistas ouvidos pelo JN disseram ainda desconhecer o novo produto, o que o Tecnifar justifica com o facto de só hoje ir ter lugar a apresentação.
Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal e director de serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, considerou "um bocado bizarro" que não tenha sido informado pelo laboratório sobre este novo medicamento, o que "habitualmente acontece". E estranhou que, sendo uma contracepção de emergência, esteja dependente de receita médica.
Maria José Alves, da Associação para o Planeamento da Família, diz que "qualquer aumento das possibilidades de contracepção é sempre uma vantagem" e que vão até sugerir aos médicos que prescrevam a receita por antecipação para casos de SOS.
Jornal de Noticias
Sem comentários:
Enviar um comentário