Natália, mãe biológica da Alexandra, afirma que são "reclame" e "jogo para o público" as propostas de João Pinheiro de abrir um café em Braga onde ela pudesse trabalhar, para ter a menina russa mais perto de si e da sua mulher.
"Ele já no passado tinha prometido muito que ajudava, que arranjava um café onde eu pudesse trabalhar, que ajudava a legalizar a minha situação, mas foram só promessas", comentou que a mãe da Alexandra, confrontada ao telefone com as declarações feitas na véspera, em Braga, por João Pinheiro. Recorde-se que o "pai" português da Alexandra se afirmou disposto a abrir um café em Braga onde a Natália pudesse trabalhar. Natália Zarubina diz que não pode levar a sério as palavras do casal que acolheu a filha durante quatro anos, e acha que foram afirmações para a Imprensa. "Já há dois ou três anos ele tinha falado nisso", insiste Natália e refere que é "reclame, um truque, estão a jogar para o público". Natália diz que agora já não quer ir para Portugal, no entanto não exclui que, no futuro, a Alexandra possa regressar à terra onde nasceu.
Quanto às declarações feitas na manifestação de Braga por elementos da comunidade russa e ucraniana, a mãe da menina mostra-se surpreendida. "Não o conheço pessoalmente", diz de Alexandre Afanasiev, o médico russo, que durante a manifestação queimou o passaporte em sinal de protesto contra a decisão do tribunal de retirarem a Alexandra ao casal de acolhimento. De forma semelhante reage ao nome de Elena Drogalina, a qual teria afirmado que "a Natália só diz mentiras. É um monstro".
A mãe da Alexandra diz que foi novamente contactada pelo "Canal 1" da televisão russa para participar no programa "Pois que falem", para o qual tinham sido anteriormente convidados os "pais" portugueses, e interessa-se em saber se eles desta vez virão. Ela diz que quando a contactaram para o programa anterior, que foi suspenso pelo facto de a embaixada russa não ter concedido os vistos a João Pinheiro e Florinda Vieira, procuraram esconder-lhe a informação sobre a vinda do casal português.
Segundo o jornal, Komsomoslkaia Pravda, a situação financeira da família complicou-se porque o irmão de Natália, foi despedido e as únicas entradas da família reduziram-se às reformas dos avós da Alexandra.
Segundo Nikolai Svanidze, membro da Câmara Social, um órgão da presidência da Rússia encarregado de zelar pelos direitos dos cidadãos, no caso da Alexandra os russos deviam pensar mais na criança e menos no país em que ela iria viver. "Se os pais (de acolhimento) lá eram bons e aqui as condições são terríveis e a mãe é alcoolizada... era preciso suspender os direitos de maternidade e entregar a menina aos pais portugueses".
Hoje, o Conselho Superior da Magistratura discute eventuais medidas disciplinares contra o juiz Gouveia de Barros, relator do acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães, que decidiu entregar Alexandra à mãe biológica. O juiz disse, na semana passada, ter ficado "perturbado", mas não arrependido, com as imagens da TV russa, exibidas em Portugal pelo JN, que mostram a mãe a bater na menina.
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