Documentário coincide com despedimentos no Ocean Club, de onde a Maddie desapareceu.
Gerry McCann regressou ontem à Praia da Luz, em Lagos, no papel de vilão aos olhos do povo e dos funcionários que o Ocean Club despediu. Sem a mulher, Kate, está a fazer uma reconstituição para uma estação de televisão inglesa.
Quase dois anos depois do desaparecimento de Maddie, o documentário vai centrar-se "em pistas subavaliadas pela Polícia" e em "dados novos", embora ninguém revele quais. O casal diz acreditar que ainda podem surgir informações sobre o desaparecimento da menina inglesa, há quase dois anos.
Às 13.30 horas o pai de Madeleine chegava ao empreendimento rodeado de câmaras de televisão. À sua espera estavam apenas jornalistas portugueses e britânicos. Da população, que em tempos costumava apoiá-lo, nem sinal. A campanha para encontrar Madeleine, relançada há cerca de duas semanas, foi mal recebida e os cartazes com a cara da menina espalhados pela Praia da Luz foram vandalizados e arrancados. Agora, os residentes estão a reagir pior, pois as filmagens coincidem com um despedimento colectivo (ver texto em baixo) no complexo hoteleiro de onde a menina desapareceu.
Além de Gerry, vieram também Jane Tanner e Mathew Oldfield, dois dos amigos com quem passavam férias. No entanto, nenhum deles participa activamente na reconstituição. Os papéis ficam a cargo de 15 actores profissionais. No lugar de Madeleine, uma criança filha de amigos do casal. Clarence Mitchell justificou a ausência de Kate com o facto de "não estar preparada para reviver os acontecimentos trágicos".
Em passos curtos, para ter tempo de ser captado pelas câmaras, Gerry saiu do carro e entrou no apartamento onde o casal passou férias. Pouco depois, as "personagens" Madeleine e Kate desciam a rua em direcção à recepção do Ocean Club. A cena sucede a um dia de filmagens em vários locais da Praia da Luz, que terminaria à noite com o jantar e os momentos que rodearam o desaparecimento. De acordo com Clarence Mitchell, o documentário, a exibir no próximo dia 3 de Maio, não trará "qualquer contribuição" para o fundo "Find Madeleine" ou para a família.
Steve Anderson, produtor do documentário, assegura que "vão ser revelados dados novos", mas não adiantou quais. Na opinião de Carlos Anjos, da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), a reconstituição é uma "manobra de marketing".
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