Se não houvesse segundo jogo, o F. C. Porto já estava nas meias-finais. Esta terça-feira, mostrou valia para o conseguir. No Dragão, é só acreditar e mostrar em campo que é possível eliminar o Manchester. As "meias" ficaram mais perto.
Quem disse que era impossível fazer a vida negra ao campeão europeu, na sua própria casa? Jesualdo Ferreira tinha-o prometido na véspera e o plano de jogo sortiu efeito. O F. C. Porto tem uma linha ofensiva muito forte, capaz de baralhar qualquer defesa, e essa foi uma das principais armas. Sempre que Hulk pegava na bola, o Teatro dos Sonhos tornava-se num pesadelo para a plateia inglesa. O brasileiro foi bem acompanhado por Rodríguez e Lisandro. Depois, para desespero dos diabos vermelhos, ainda viram sair do banco o suplente Mariano, para lhes estragar a vida.
A segurança defensiva de Fernando, ontem em grande, a travar Ronaldo ou Rooney, mostrou à Europa outro belo jogador, o mesmo se passando com Cissokho, também a rubricar uma excelente exibição, talvez a mais marcante desde que chegou ao Dragão. O golo conseguido cedo, logo aos quatro minutos, ajudou a descomprimir.
Ferguson, apanhado a perder, só empatou o jogo numa fífia portista. Não usou de início todos os trunfos, porque os tinha gasto, no domingo, no frenético desafio com o Aston Villa. Quando lançou Giggs e Tévez, a pressão aumentou e o argentino até marcou, porém o F. C. Porto ainda foi a tempo de igualar. Se fizer uma justa leitura, o técnico escocês não pode acusar a sorte de lhe ter virado as costas, porque o F. C. Porto bateu-se de igual para igual e até podia já ter decidido a eliminatória. Poderá, inclusive, dar os parabéns ao guarda-redes Van der Sar, que contribuiu, e muito, para segurar o potencial ofensivo azul e branco.
A primeira parte soberba do F. C. Porto só foi manchada pelo golo oferecido por Bruno Alves. Durante meia-hora, a equipa de Jesualdo fez o jogo. Helton foi um espectador, excepção feita a um cabeceamento de Ronaldo, bem parado pelo brasileiro. Nos 30 minutos iniciais, o campo parecia inclinado para a baliza inglesa, no bom sentido, claro está. Estamos a reportar-nos ao mérito dos dragões, sem favores do árbitro.
Outro dado elucidativo, respeitante às maiores estrelas, passou pelo desempenho do CR7. Andou escondido no primeiro tempo, perdeu no duelo com Fernando e quase só apareceu nos lances de bola parada. Os campeões nacionais tiveram uma magnífica entrada, manietaram o United, obrigando-o a errar muitos passes. O Manchester demorou tempo a assentar. E só respirou melhor quando a pressão portista baixou, pois o F. C. Porto não podia correr sempre a um ritmo tão intenso. Mas, para trás, ficaram várias oportunidades para marcar.
Na segunda parte, o Manchester subiu, fez recuar os dragões, que, ainda assim, foram gerindo o empate. O United adiantou-se, com mérito de Tevez, mas o dedo de Jesualdo também se fez sentir. Mariano fez jus à aposta e empatou no minuto 89. Os dragões carburaram a super, técnica e mentalmente.
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