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quinta-feira, 25 de março de 2010

Internet ameaça animais raros ...

Internet ameaça animais raros

World Wide Web veio facilitar o comércio, ao tornar acessível e anónima a compra de espécies exóticas.

Uma bala disparada por um caçador pode matar um elefante, alimentando o comércio ilegal de marfim. Mas são os meios que permitem a venda deste que realmente fazem funcionar o mercado. Agora há uma nova ameaça emergente para as espécies exóticas: a Internet. Os conservacionistas defendem que, actualmente, é fácil comprar e vender qualquer coisa, desde leões bebés vivos a peles de ursos-polares, em leilões e salas de conversa.

O caso foi apresentados na conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), que reuniu 175 países na capital do Qatar, Doha, que começou a 13 deste mês e termina na próxima quinta-feira. "A Internet está a tornar-se o factor geral dominante nas trocas mundiais de espécies protegidas", disse à BBC News Paul Todd, do Fundo Internacional para a Protecção dos Animais (IFAW, na sigla inglesa). Para o conservacionista, existem milhares de espécies que são diariamente comercializadas na Internet. Isto acontece porque os vendedores e compradores se aproveitam do facto de estarem anónimos -e também do gigantesco mercado mundial -, algo que só a World Wide Web pode fornecer.

As autoridades, que tentam detectar vendas ilegais, dizem que o problema é quase impossível de quantificar. Segundo eles, os Estados Unidos serão o maior mercado, mas a Europa, China, Rússia e Austrália também têm um papel importante no tráfico.

No domingo, os delegados presentes na conferência votaram uma lei para banir o comércio internacional de uma espécie rara de salamandra iraniana, o tritão-imperador-manchado, que o WWF (Fundo Mundial para os Animais) diz que foi completamente devastado pelo comércio feito pela Internet.

Apesar disso, tentativas mais abertas de banir o tráfico de ursos-polares, atum-rabilho (ou vermelho) e corais raros resultaram em nada, deixando os activistas ambientais desiludidos.

Uma proposta deixada pelos Estados Unidos e pela Suécia para regular o tráfico de corais-vermelhos e rosa - que são utilizados para se fazer joalharia de luxo e que são vendidos largamente pela Internet - também acabou rejeitada.

Segundo os delegados que votaram contra esta ideia, seriam as populações de pescadores pobres das comunidades, que capturam estes corais para vender, os principais prejudicados com o aumento dos regulamentos.

Diário de Noticias

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