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sexta-feira, 26 de março de 2010

Condenado a prisão perpétua membro das SS de 88 anos Um tribunal alemão condenou hoje Heinrich Boere, de 88 anos, antigo membro das SS nazis...

Condenado a prisão perpétua membro das SS de 88 anos

Um tribunal alemão condenou hoje Heinrich Boere, de 88 anos, antigo membro das SS nazis a prisão perpétua pelo triplo assassínio de civis holandeses numa operação de "extermínio", durante a Segunda Guerra Mundial.

Como membro do comando de extermínio "Silbertanne" das SS, maioritariamente composto por voluntários, Boere participou, em 1944, no assassínio de três civis holandeses - Breda, Voorschoten e Wassenaar -, alegando que apenas cumpriu ordens.

Os juízes do tribunal da cidade alemã de Aachen aceitaram o pedido de pena proposta pela Procuradoria, enquanto a defesa requereu a absolvição, argumentando que Boemer já tinha sido processado no passado pelos mesmos crimes.

Boere, número seis da lista dos mais procurados do Centro Simon Wiesenthal - dedicado a documentar as vítimas do holocausto -, foi condenado a prisão perpétua pelos assassínios de 1944.

Boere afirmou que não tinha outra alternativa se não cumprir as ordens que recebia, para matar os seus conterrâneos.

"Como simples soldado, aprendi a executar ordens", afirmou Boere, em dezembro.

"Estava consciente de que se não cumprisse as ordens estaria a quebrar o meu juramento e seria executado", disse em tribunal.

A tarefa "não foi muito difícil. Foi só puxar o gatilho", afirmou em 2008, em declarações à revista alemã Focus. Dois anos antes, em declarações à revista alemã Der Spiegel, Boere explicou que estava a matar "terroristas". "Na altura, pensávamos que estávamos a fazer o que era certo", acrescentou então.

Heinrich Boere vive em liberdade há mais de 60 anos na Alemanha, onde reside, agora, numa casa de repouso.

Nascido na Holanda, Boere ingressou nas forças especiais SS em 1940, sete anos mais tarde foi para a Alemanha.

Perdeu a cidadania holandesa após ter sido condenado à morte em 1949, à revelia por um tribunal especial em Amesterdão. A condenação à morte foi comutada posteriormente para prisão perpétua.

Em 1980, a Alemanha recusou a extradição para a Holanda, justificando então que não sabia determinar se ele era apátrida ou um cidadão alemão.

DN

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