Moradores do bairro de Marzovelos estão contra a ocupação da alameda fronteira ao hotel Mon-tebelo por um novo centro comercial. Muitos garantem que subscreverão o abaixo-assinado lançado pela "Olho Vivo".
"É uma pouca-vergonha. Assino sem reserva qualquer iniciativa que trave a construção de mais um centro comercial. Ainda por cima numa zona habitacional que precisa de mais e melhores espaços verdes", critica Alexandre Silva, um dos moradores, embora reconheça que "os centros comerciais também criam os postos de trabalho que tanta falta fazem".
A polémica foi recuperada pelo núcleo de Viseu da Olho Vivo - Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos, que, ontem mesmo, lançou um abaixo-assinado para dar espaço "à indignação" dos residentes do bairro de Marzovelos.
Os habitantes de um dos mais populosos núcleos urbanos de Viseu foram surpreendidos, nos últimos dias, pela recolocação de placas a dar conta dos intuitos do grupo Visabeira: "Futuramente, neste local, um espaço de comércio e serviços".
"Quem manda na cidade, a autarquia ou a Visabeira", interroga Carlos Vieira e Castro, responsável local pela Olho Vivo, indignado com a retoma de uma ideia por si denunciada em 2005 e que mereceu a recusa generalizada dos cidadãos.
António Manuel Figueiredo Lopes, cinotécnico, costuma usar aquele espaço para fins profissionais: instruir cães. "Não imagino aqui um shopping. A cidade está cheia de lojas. Precisa é de fábricas", atira inconformado.
José Arimateia, relações públicas do grupo Visabeira, esclarece que o terreno em causa pertence à empresa e pode desde 1991, altura em que foi elaborado o plano de pormenor da zona compreendida entre as rotundas Paulo VI e Carlos Lopes, "acolher um centro comercial".
O responsável acrescenta que decorrem há três anos negociações com a autarquia para uma permuta de terrenos, que permita ao grupo económico realizar o seu investimento noutro local.
A mesma situação é confirmada pelo autarca Fernando Ruas. "Já temos terrenos para a permuta que estão a ser avaliados por peritos".
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