Morreu, anteontem, com 111 anos, o barcelense António Fernandes de Castro. Era o homem mais velho de Portugal, o segundo na Europa e o quarto no mundo. Nascido a 6 de Janeiro de 1898, o regedor de Durrães viveu mais de 40.800 dias.
Antigo regedor, presidente de Junta, juiz de paz e membro da direcção da Casa do Povo e Comissão Fabriqueira de Durrães, deixou dez filhos (um já morreu), 24 netos, 26 bisnetos e três trinetos. Cuidado pela nora Conceição Novais, no último ano estava acamado, a memória fraquejava e a garganta não deixava passar bem a comida. "Foi muito longe na idade, estamos orgulhosos. Ninguém daqui conseguiu tanto. Mas tudo tem um fim. Chegou a sua hora, há-de chegar a de todos nós", desabafou o filho Joaquim Castro, elogiando-lhe a genética invulgar, "raramente foi ao médico".
O funeral foi ontem à tarde e dezenas de pessoas prestaram a última homenagem. O presidente da Junta admitiu, recentemente, pensar dar o nome de António Castro a uma rua, edifício ou instituição local, bem como criar-lhe um busto ou estátua. O "bom regedor" passou há quatro meses de terceira a primeira pessoa decana do país, devido ao falecimento de Maria de Jesus (115 anos), de Tomar, e, poucos dias depois, de Augusto Moreira (112 anos), de Grijó, Gaia. Era o 41º supercentenário do planeta, pois tinha ainda à frente 37 mulheres, segundo o Gerentology Research Group.
Natural do lugar de Além do Rio, em Durrães, viveu em três séculos. Viu o comboio de D. Manuel II, lidou com a peste bubónica, abrigou guardas da II Guerra Mundial, especializou-se no negócio dos bacelos de vinha e foi regedor 33 anos.
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