Dois jovens estariam a dar um beijo, na marginal de Lordelo do Ouro, no Porto, quando se desequilibraram, caindo numa zona rochosa. O namorado teve ferimentos ligeiros, mas a rapariga ficou gravemente ferida.
O acidente deu-se às 8.37 horas, depois de uma longa noitada de S. João, quando o casal - ela com 14 e ele com 17 anos - passeava na marginal, na Rua do Ouro, alguns metros à frente do bar Porto Rio.
"O que ouvi no café é que eles estariam abraçados a dar um beijo, quando a miúda deu um passo em falso e caiu ao rio, numa zona com rochas a descoberto. Como o namorado estava amarrado a ela, acabou também por cair", contou um idoso, que todas as manhãs costuma passear junto ao rio, e "estranhou" o aparato de Polícia e Bombeiros.
"Quando me aproximei da zona, já estavam os mergulhadores e a Capitania a estudar a melhor forma de retirar a jovem das pedras, porque o rapaz caiu, mas conseguiu levantar-se de imediato. Tinha apenas os braços esfacelados. Já a menina estava estendida, e embora tentasse pôr-se de pé, não conseguia", descreveu a mesma fonte, que garantiu ter visto ainda um outro jovem do sexo masculino, amigo do casal, junto às vítimas.
Miguel Barroso, de 17 anos, residente em Águas Santas (Maia), foi transportado pelo INEM para o Hospital de Santo António, tendo tido alta ainda durante o dia de ontem. Já Inês Oliveira, de 14 anos, natural do Porto, foi imobilizada numa maca ainda na zona rochosa, tendo sido içada por uma grua dos Sapadores do Porto.
A rapariga, cujo estado aparentava gravidade, foi transportada pelo INEM para o Hospital de S. João, onde ainda continua internada. Segundo fonte daquela unidade hospitalar, a jovem "encontra-se em estado crítico, com vários traumatismos graves". "Por isso mesmo, vai permancer hospitalizada", acrescentou a mesma fonte.
Nas vozes dos populares que ontem, ao final da manhã, se encontravam próximo do local onde se deu o acidente, ouviam-se fortes críticas às autoridades municipais que "são capazes de deixar uma zona destas sem qualquer tipo de resguardo". "É uma ratoeira a céu aberto", lamentaram, enquanto apontavam para a altura de cerca de cinco metros de onde os dois jovens caíram.
"Ainda há coisa de um ano, um ciclista, para se desviar de quem vinha a pé, junto à marginal, também ali caiu. E o problema é que mesmo estando a maré cheia, a água não chega àquela zona das rochas e quem ali cai acaba por se magoar a sério. É um local bastante agreste, quer pelo tamanho das pedras quer pela sua forma pontiaguda", concluíram.
Sem comentários:
Enviar um comentário