Uma carrinha despistou-se, ontem, na EN2, junto à Ponte Pedrinha, Castro Daire, voando para um precipício, à beira do rio, com o pai e a filha dentro. Condutor sofreu ferimentos graves na cabeça.
"Foi um milagre. O meu filho e a minha neta voaram 20 metros sobre a ribanceira e conseguiram escapar com vida. Se a carrinha tivesse tombado para o rio, o que só não aconteceu devido à densa vegetação, poderia ter sido uma tragédia", relatou José Mário, pai e avô das vítimas, ainda mal refeito do susto que apanhou.
Mário Carlos Santos Pereira, de 39 anos, e a filha, Inês Anselmo Pereira, de nove, foram resgatados pelos Bombeiros Voluntários de Castro Daire do fundo da ravina e depois conduzidos ao centro de saúde local.
"A criança foi retirada do fundo sem escoriações visíveis. Mas o pai apresentava lesões expostas na cabeça e outros ferimentos graves no corpo. Antes de ser içado numa maca de resgate, numa operação muito delicada, teve de ser estabilizado", explicou Fernando Albuquerque, adjunto de comando dos Voluntários de Castro Daire.
A esposa de Mário Pereira, que ficou em estado de choque ao ver o marido e a filha tombados junto ao rio, teve de ser também conduzida ao centro de saúde de Castro Daire.
O acidente ocorreu às 12.40 horas, ao quilómetro 138 da EN2, no sentido Castro Daire/Viseu, perto da Ponte Pedrinha, quando pai e filha se dirigiam para o almoço em Souto D'Alva, nas proximidades do local, numa carrinha Renault Trafic.
Estrada molhada e com óleo
"O meu filho tinha saído do trabalho e foi buscar a menina à escola para irem almoçar a casa. Chega a fazer este percurso seis vezes por dia. Só a chuva miudinha e o piso com óleo, muito escorregadio, explicam o que aconteceu", disse o pai, José Mário.
Proprietário de uma oficina de metalomecânica, em Castro Daire, Mário Pereira é tido como um condutor cuidadoso. "Só que neste caso nada podia fazer. A estrada é muito perigosa devido a ser estreita e cheia de curvas acentuadas. Com o piso escorregadio, transforma-se numa pista que pode levar ao abismo", confirma Júlio Silvestre Pereira, amigo e cliente do condutor.
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