As primeiras chuvas de Outono deixaram sinais preocupantes junto à Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa. Sinais esses que não passaram despercebidos a alguns encarregados de educação. Com medo que os filhos sofram represálias preferem manter o anonimato, mas temem que um inverno rigoroso traga ainda mais problemas.
O edifício principal da escola está a ser requalificado e, por isso, mesmo os alunos foram transferidos para o topo de um monte, a poucos metros do estabelecimento. O problema é que os contentores, onde agora têm aulas, estão próximos de um grande declive e dois dias de chuva, em Outubro, deixaram para trás fendas visíveis aos olhos de todos.
«Escola estava a par do assunto»
«Liguei para a escola e pedi para falar com alguém da direcção», conta António (nome fictício). «Perguntaram qual era o assunto e eu expliquei». Em nenhum momento, garante, pediram que se identificasse. «Esperei um a dois minutos e voltou ao telefone a mesma pessoa que me tinha atendido. Disse que a chefe não estava, ou que não podia falar comigo, mas que a escola estava a par do assunto e estavam a resolver a situação».
Perante aquela resposta exaltou-se: «Disse-lhe que se dentro de uns dias não estivesse resolvido faria uma denúncia aos órgãos de comunicação social». Voltou a passar no local e até agora «está quase tudo na mesma».
«Não há qualquer problema»
Na escola ninguém quis gravar para as câmaras e lamentam que os pais tenham procurado os órgãos de comunicação social, em vez da escola. No entanto, fonte da direcção garantiu que «não há qualquer problema de estabilidade dos terrenos. A área foi aplanada e asfaltada. É verdade que as chuvas provocaram algumas infiltrações, em alguns contentores, mas são coisas pontuais resolvidas de imediato».
O facto dos contentores estarem colocados no topo de um monte não tem qualquer problema, diz a mesma fonte que faz questão de acrescentar que, «todos os dias, engenheiros do parque escolar, responsáveis pela obra a decorrer no edifício principal, vão fiscalizar a zona». Garantem mesmo que seriam os primeiros a agir, caso a segurança dos alunos estivesse em causa.
Sem «perigo imediato»
Frederico Brotas de Carvalho é engenheiro civil e esteve no local para avaliar a situação. De momento, não vê «perigo imediato de queda ou deslizamento de terras», mas percebe a preocupação dos pais perante «as evidências». No entanto, acrescenta que a «aparente fragilidade do terreno, implica uma vigilância constante para que um Inverno mais rigoroso não tenha consequências mais graves» e o pior aconteça.
sabe - se que alguns encarregados de educação estão a avaliar os riscos e vão contactar o estabelecimento de ensino para falar sobre os seus temores.
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