A Câmara Municipal de Santa Comba Dão ameaça não promover os funcionários que, na campanha para as eleições de 11 de Outubro, "insultaram e denegriram" autarquias e representantes. Dirigentes socialistas exigem provas.
Na lista estão meia dúzia de pessoas ligadas a diferentes serviços municipais que, nos próximos anos, correm o risco de "marcar passo" na respectiva ascenção profissional, por terem participado na campanha eleitoral, "inclusive no horário de serviço", de uma forma "intolerável".
A promessa de penalizações foi feita pelo social-democrata reeleito na presidência da Câmara, João Lourenço, no último sábado, durante a cerimónia de tomada de posse dos novos eleitos. E está a merecer críticas da oposição socialista. Leonel Gouveia, vereador socialista no executivo, classificou de "arrogante" a postura do autarca santacombadense. E esclareceu que qualquer penalização dos funcionários em causa, terá de ser documentada e provada.
A opinião do eleito socialista motivou uma resposta de João Lourenço. Ontem, em comunicado, o presidente da Câmara lamentou que os dirigentes locais do PS "continuem atacados de autismo", alheios às opiniões que a "maioria dos funcionários da autarquia e da população em geral" têm sobre a polémica criada à volta do seu discurso de tomada de posse.
"Confundir frontalidade com prepotência e arrogância só revela a hipocrisia genética que o presidente da comissão política concelhia do PS constantemente demonstra", acusa João Lourenço.
O autarca considera ser um acto de justiça penalizar os funcionários envolvidos. "Nada melhor para os bons funcionários do que saber que os dirigentes têm a capacidade para avaliar quem são os maus", conclui, esclarecendo, contudo, que as suas palavras não se dirigem aos trabalhadores que integraram listas adversárias.
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