Fica a promessa: não haverá qualquer trocadilho com esta Malta. Ridicularizar o último adversário de Portugal na fase de qualificação para o Mundial de 2010 seria desvalorizar a abnegação lusa num trajecto marcado por inúmeros sobressaltos. No Berço da Nação, a selecção de Queiroz precisou de apenas 14 minutos para iniciar a goleada e garantir o play-off (4-0).
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Carlos Queiroz venceu esta guerra, depois de perder várias batalhas. Segue-se uma jornada decisiva, com um adversário por definir. A África do Sul nunca esteve tão perto. Há um par de meses, poucos imaginariam este desfecho. O grupo garante que sim, que acreditou sempre no apuramento, mas sejamos sérios. Portugal esteve bem perto da eliminação.
A selecção tropeçou, vergou-se, raspou no chão mas ganhou forças e chega agora às portas de céu. Estão mesmo abertas para a nossa selecção, conforme suspeitara Queiroz. Vencer Malta foi fácil, claro está, como teria sido fácil bater a Albânia com um homem a mais. Não belisquem o mérito luso, numa noite de reconciliação total em Guimarães.
Há vida para lá de Ronaldo
Em conferência de imprensa, o seleccionador português falara de um «sprint» final, de um amanhã que não faria sentido sem uma vitória segura perante o engodo maltês. Ninguém levantou o pé, fez ronha, exagerou no individualismo ou relaxou perante as facilidades. Assim, sim.
Nani foi o substituto de Cristiano Ronaldo, provando haver vida para lá do Melhor do Mundo. O extremo do Man. United bailou, correu, tentou uma e outra vez. Em treze minutos, desperdiçara três oportunidades de golo. À quarta tentativa, bola na rede! Lá está o salto mortal, tão delicioso para a vista!
Carlos Queiroz preparara mais duas alterações no onze português. Pepe regressou e foi para o eixo da defesa, relegando Bruno Alves para o banco de suplentes. No lado esquerdo, Miguel Veloso substituiu Duda, devido a problemas pessoais do jogador do Málaga. Em 4x3x3, Portugal asfixiou o adversário e não soltou a presa até garantir uma vantagem confortável.
Natural como a sede
Nani abriu o caminho e faltava apenas decidir quem ampliaria a vantagem, nesta espécie de jogo-treino com carácter vinculativo. Seria Simão Sabrosa, bem perto do intervalo, em mais um remate à entrada da área. Com onze malteses atrás da linha da bola, à procura desta sem saber o que fazer com ela, a meia distância foi o antídoto perfeito.
Portugal chegava a um resultado natural, natural como a sede de vitórias perante um público que nunca abandonou os seus. Numa noite perfeita, com figurantes à altura, Guimarães aplaudiu o regresso de Pedro Mendes, um grande jogador estranhamente negligenciado ao longo dos tempos, um golo de Miguel Veloso com o pé direito e outro da incógnita Edinho, ao cair do pano. Nuno Assis também entrara, para o aplauso.
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