Um homem, de 36 anos, foi atropelado e espancado barbaramente, ontem de manhã, domingo, na zona industrial do Porto. Os agressores fugiram.
A vítima está em coma induzido no Hospital de S. João (Porto), com várias lesões.
A escaramuça entre o grupo de José Manuel Geraldes, a vítima do agressão, e outro grupo de indivíduos, terá começado dentro da discoteca Via Rápida, na zona industrial do Porto.
Para evitar desacatos no interior do espaço, os seguranças terão expulsado todos os envolvidos. Já na Rua Manuel Pinto Azevedo, a vítima foi abalroada por um carro. Um grupo de indivíduos, munidos de bastões e tacos de basebol, saiu da viatura e agrediu violentamente José, que estava deitado no chão.
José Geraldes, casado, actualmente desempregado mas a frequentar um curso no âmbito do projecto Novas Oportunidades, foi, ontem, depois do jantar, ter a um café com uns amigos. A mulher de José explicou, "ele não tinha intenção de sair". Terão sido os amigos que o convenceram a ir à discoteca Via Rápida.
Cerca das 7 horas, contou um amigo da vítima, houve uma troca de palavras menos "simpáticas" dentro da discoteca e "acabou tudo na rua". Quando iam embora, o condutor de um carro, que algumas testemunhas disseram ser um Audi A3 cinzento, abalroou José e parou alguns metros à frente.
Quando os amigos que seguiam pela estrada com José se aproximaram dele, um grupo de indíviduos saiu do Audi e agrediu-os à bastonada. "Ele [José] foi o que levou mais porque ficou estendido após ter sido atropelado", contou um dos presentes à família da vitima. Depois, os agressores voltaram a entrar no carro e arrancaram a alta velocidade.
Eram já 9 horas quando a mãe da vítima, preocupada pela hora tardia e a ausência do filho, resolveu ligar para o telémovel dele. "Atendeu um senhor que disse ser polícia e mandou a minha mãe ir ao hospital", explicou a irmã de José, que descreveu, horrorizada, o estado no qual encontrou o irmão. "A cara dele está uma lástima. É pior do que aquilo que se vê nos filmes", desabafou a mulher do homem agredido.
A vítima, que ficou inconsciente, foi socorrida pelos Bombeiros Voluntários do Porto e assistida no local por uma equipa do INEM e levada para o Hospital de S. João, onde ficou internada na unidade de neurocríticos. José Geraldes sofreu um traumatismo craniano e vários hematomas no rosto.
A situação clínica de José Geraldes é grave. "Estes casos de edema craniano tanto podem correr muito bem, como muito mal", explicou Fernanda Barros, chefe de equipa do Hospital de S. João, que adiantou, ser impossível "saber se há ou não, mazelas e consequências da agressão".
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