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Radio Viseu Cidade Viriato

sábado, 17 de outubro de 2009

Dia Europeu da Depressão assinala-se este sábado: 121 milhões pessoas sofrem da doença...


O Dia Europeu da Depressão assinala-se este sábado para promover a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de uma doença que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afecta neste momento 121 milhões de pessoas em todo o mundo, mas que ainda é mal compreendida.


«Nenhuma pessoa se declara doente mental»


A efeméride é promovida pela Associação Europeia da Depressão (AED) com o objectivo de combater aquilo que considera um «grave problema de saúde pública». Segundo a OMS, em 2020 a depressão será a principal causa de incapacidade em todo o mundo, depois das doenças cardio-vasculares.


O Dia Europeu da Depressão visa por isso tornar os profissionais de saúde e o público em geral mais cientes da importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento. A AED alerta que a depressão clínica ainda é uma doença mal compreendida, que gera atitudes como: «Bebe um copo que isso passa».


No entanto, estudos epidemiológicos mostram prevalências pontuais (proporção de pessoas afectadas num determinado momento) de três a quatro por cento e prevalências anuais de quatro a 10 por cento. Demonstram ainda que cerca de 12 por cento dos homens e 25 por cento das mulheres sofrem de depressão em algum momento das suas vidas.


«Em Portugal, lamentavelmente não há dados epidemiológicos nesta área, mas presumem-se valores de prevalência dentro do padrão europeu e espanhol», refere a vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), Luísa Figueira.


Em Espanha, um estudo realizado na Cantábria revelou uma prevalência ponderada da depressão de 6,2 por cento, com 4,5 por em homens e 7,8 por cento em mulheres.


Homens matam-se mais que as mulheres


Luísa Figueira acrescenta que «a maior parte das depressões surge no início da idade adulta e afecta a vida pessoal e profissional». «É importante que a família seja informada sobre a doença e saiba que o risco de suicídio aumenta no primeiro mês de tratamento», alerta a psiquiatra, explicando que a pessoa não tem capacidade para sair da depressão sozinha e necessita de cuidados médicos.


O psiquiatra Manuel Jara lembra por seu lado que «a depressão é a doença psiquiátrica mais frequente» e há estudos epidemiológicos que sugerem que a incidência da doença está a crescer.


Além disso, recorda Jara, é «a maior causa de suicídio». «Dois terços das pessoas que se suicidam têm sentimentos depressivos ou depressões», sustenta, adiantando que «as mulheres suicidam-se menos que os homens - apesar de terem mais depressões -, mas fazem mais tentativas».

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