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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Há mais e melhor vinho na Região Demarcada do Dão...


Há mais e melhor vinho na Região Demarcada do Dão (RDD). Condições climatéricas favoráveis concorreram para o apuro da maturação das uvas, sem pôr em causa a quantidade. A colheita de 2009 pode chegar aos 40 milhões de litros.


O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD), Valdemar Freitas, fala numa das "melhores campanhas" dos últimos anos para os vinhos da região. "Este ano o tempo esteve do nosso lado. As condições climatéricas favoráveis que se fizeram sentir, durante o período de maturação das uvas, ajudaram a fazer aquele que esperamos venha a confirmar-se como um dos melhores vinhos dos últimos três a quatro anos", declarou o dirigente.


A par da qualidade, o mesmo responsável estima que a produção registe um aumento de 15% relativamente à campanha anterior, o que se traduzirá num total de 40 milhões de litros. "A região tem normalmente uma produção média que se situa entre os 45 e os 50 milhões. Nos últimos anos, por razões de vária ordem, tem havido um decréscimo. O ano de 2008 ficou-se apenas pelos 35 milhões de litros", explica Valdemar Freitas. A CVRD reconhece que 40 a 50% dos vinhos anualmente produzidos na região são "susceptíveis" de obter a Denominação de Origem. Uma percentagem que aumenta ou diminui, esclarece o presidente do organismo, proporcionalmente à qualidade maior ou menor da produção de cada campanha.


Dos vinhos produzidos na RDD cerca de 40% destinam-se à exportação. Os mercados prioritários, a exemplo do que sucede com outros vinhos nacionais, são Angola, Estados Unidos da América, Brasil e Canadá.


"Angola é neste momento um dos principais mercados dos vinhos portugueses, nomeadamente do Dão. É um filão em que vamos continuar a apostar, nem que para isso seja necessário um esforço acrescido de todos os intervenientes", diz Valdemar Freitas.


A promoção da Região Demarcada do Dão, fora de portas, levou a CVRD a partilhar com as congéneres da Bairrada e Beira Interior uma candidatura à Organização Comum de Mercado (OCM) no valor de 1,3 milhões de euros.


A candidatura tem garantido um financiamento de 65%, a fundo perdido, sendo que o restante terá de ser assegurado por capitais dos produtores de cada uma das regiões. "No caso do Dão, como o objectivo é intensificar o processo de internacionalização em curso, estamos dispostos a adiantar cerca de 50% da parte que cabe aos produtores", explicou o presidente da CVRD.


Apesar do que garante ser "um dos melhores momentos do vinho do Dão", graças a uma conjugação de factores que não exclui "o trabalho da CVRD, dos seus técnicos, dos produtores e das adegas cooperativas", Valdemar Freitas admite que a região não escapou à crise. "Calculámos uma quebra nas vendas de vinhos com Denominação de Origem, na ordem dos 9%. Era quase inevitável que isso não acontecesse".


Distribuída pelos distritos da Guarda (Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia e Seia), Coimbra (Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua) e Viseu (Carregal do Sal, Mangualde, Mortágua, Nelas, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, Sátão, Tondela e parte de Viseu), a RDD ocupa uma área total de cerca de 388 mil hectares, sendo que 20 mil são de vinhas.


"Há um grande esforço na reconversão desde a década de 90. De então para cá, o esforço é notório. Inclusive nas adegas cooperativas, que contam hoje com técnicos muito qualificados", conclui Valdemar Freiras.

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