À semelhança do que já fez a presidência sueca da União Europeia (UE), o presidente do Brasil pediu, esta terça-feira, ao Governo «de facto» das Honduras que negoceie uma saída para a crise política, que se gerou depois de o Presidente deposto Manuel Zelaya ter regressado de forma secreta ao país e que, para não ser detido, se refugiou na Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa.
De acordo com a Reuters, Lula da Silva, que se encontra em Nova Iorque a participar na 64ª Assembleia-Geral da ONU, disse aos jornalistas que o Brasil garante a Zelaya o direito de se abrigar na embaixada.
«O Brasil fez apenas aquilo que qualquer país democrático faz na hora em que um cidadão pede abrigo na sua embaixada. O Brasil garante que ele fica lá», disse Lula da Silva aos jornalistas.
«É um direito, eu diria, internacional e nós esperamos que os golpistas não mexam na embaixada brasileira, e esperamos que negoceiem», acrescentou o Presidente do Brasil.
Lula da Silva revelou ainda que falou por telefone com Zelaya, esta terça-feira de manhã, e que lhe pediu para não dar pretextos aos golpistas hondurenhos que os levem a invadir a embaixada brasileira.
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Polícia e exército afastam partidários de Zelaya
Zelaya, afirmou entretanto à CNN que a embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde se encontra refugiado, tem estado a ser alvo de ataques por parte das autoridades. A informação é avançada também pelo jornal espanhol «El País», que cita uma conversa telefónica com uma testemunha no local.
O «El País» refere que o exército e a polícia cercaram esta terça-feira de madrugada a embaixada do Brasil em Tegucigalpa, e afastaram milhares de apoiantes de Manuel Zelaya que passaram a noite frente ao edifício. As forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que em resposta atiraram pedras.
Manuel Zelaya declarou depois à CNN que «atacaram a embaixada com bombas. As forças policiais e militares estão a atacar fortemente em diferentes lugares do país».
À «Rádio Caracol» da Columbia, Zelaya garantiu que está «em perigo». «O sangue corre» nas Honduras «desde o dia do golpe de Estado», mas «sabemos que temos de ganhar esta batalha de qualquer maneira», garantiu. O Presidente deposto disse mesmo que nada o voltará a fazer sair do país.
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