«A campanha vai muito perturbada». Francisco Louçã sabe que o BE está a uma semana de confirmar, ou não, as boas perspectivas das sondagens e, no arranque para os «momentos decisivos» da campanha, o líder bloquista procura os votos em quase todo o lado.
Quase à mesma hora a que Manuel Alegre se juntava a José Sócrates na campanha do PS em Coimbra, Louçã lia o prefácio do socialista no livro de António Arnaut sobre o Serviço Nacional de Saúde. Frase a frase, o coordenador do BE completava as palavras de Alegre: «Tem razão.»
A intenção foi alertar para «as maiores batalhas na reorganização orçamental», que, segundo Louçã, «serão travadas na saúde». «As parcerias público-privadas são o caminho para a privatização e significarão um prejuízo orçamental enorme», afirmou. Mas o aceno aos eleitores alegristas não passou despercebido.
No comício no centro cultural Olga Cadaval, em Sintra, que juntou cerca de 300 pessoas, Francisco Louçã alertou que o défice português no final de 2009 será de «dez mil milhões de euros». «Mas isso não se discute nesta campanha. É a prova que o PS e o PSD não querem discutir o que vão realmente fazer», criticou, propondo que a dívida seja paga «por quem devia pagar mais impostos», isto é, os bancos.
O caso das escutas voltou a ser falado, com o bloquista a retirar a sua ironia do baú. «Ouvimos falar de escutas e preocupamo-nos. Admitimos tudo, mas quebrar o protocolo? Alguém que se senta numa mesa para a qual não estava convidado? Espero que se investigue depressa. Se não há protocolo o que será do nosso país? Não podemos viver assim!», troçou.
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