Segundo fonte policial, o detido matou o amigo por estar fortemente endividado.
Os moradores da aldeia de Maxiais, a poucos quilómetros da cidade de Castelo Branco, estavam, ontem, em estado de choque quando souberam que Antero Pires fora morto por um amigo, endividado, que o roubou.
Não falta, em Maixiais, quem diga que Antero Nunes Pires, 56 anos, solteiro, com residência em Lisboa mas que todos os anos passava férias naquela localidade, em casa da irmã, era "a melhor pessoa do mundo, generosa, afável e amiga das pessoas". Quando confrontados pela informação de que foi um amigo que o matou, não conseguem esconder o espanto: "Como? Não é possível?"
A verdade é que, segundo fonte policial, Antero Pires desapareceu, no passado dia 14 de Agosto, depois de ter almoçado com o amigo que a Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional Contra o Terrorismo (UNCT), deteve na passada terça-feira.
O alegado homicida, de 57 anos, sem profissão definida embora fosse conhecido por fazer uns biscates, sobretudo na construção civil, de Castelo Branco, foi detido, segundo a PJ, no decurso de uma "investigação de grande complexidade".
Segundo fonte policial, o detido matou o amigo por estar fortemente endividado. Como o amigo vivia com certo desafogo, matou-o.
Na sequência das investigações, a Polícia detectou que depois do desaparecimento de Antero Pires foram feitos levantamentos de cerca de 13 mil euros das suas contas com os cartões multibanco. E terão sido esses levantamentos bancários que levaram a Polícia ao suspeito.
"No decurso da investigação", refere a PJ em comunicado, "vieram a localizar-se, de forma faseada, os pertences da vítima e a recolher-se elementos que conduziram à detenção do autor dos crimes e à localização do corpo" da vítima.
Identificado, o alegado homicida levou, após a sua detenção, os investigadores ao local onde deixou o cadáver do amigo: uma zona de mato próxima da lixeira de Malpica do Tejo, em Castelo Branco.
O detido é suspeito dos crimes de rapto, roubo, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Será ouvido hoje pelo procurador do Ministério Público de Lisboa (onde a vítima residia e a família apresentou queixa) para aplicação das medidas de coacção.
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