Clientes e dona de café sofrem queimaduras na boca e garganta. Caso entregue à GNR.
Entraram no café e mal deram uma golada numa cerveja holandesa desataram a vomitar sangue. A dona do café, espantada, molhou o dedo na cerveja e meteu-o à boca para provar o líquido. O estranho líquido mandou os três para o hospital.
Cerca das 17 horas de ontem, dois clientes, Bernardino Ferreira, de 53 anos, residente em Airães, Felgueiras, e Arnaldo Vieira, de 70 anos, morador em Lousada, entraram num café, junto a um posto de combustível, em Penafiel. Os dois amigos pediram uma única cerveja para ambos.
A mulher do dono do café, Maria Luísa Coelho, sugeriu-lhes uma cerveja holandesa de fácil abertura. Agarrou na garrafa, rasgou o selo de protecção envolto e tirou a rolha, deitando o líquido nos copos. "A senhora do café abriu a cerveja à frente deles", conta Armindo Costa, militar da GNR na reserva, que se encontrava junto aos dois clientes.
"O senhor mais velho deu uma golada e começou a tossir e a achar-se mal. Ainda bebeu mais um bocado. O amigo dele, julgando tratar-se de uma brincadeira, disse à mulher do café para não dar importância", recorda. Face à insistência do mais velho, afirmando repetidamente que a cerveja estava estragada, o amigo resolveu dar uma golada. Poucos minutos depois, os dois homens desataram a correr para a casa de banho.
Perante aquela reacção, a mulher do café meteu um dedo no copo de cerveja, levou-o à boca para provar o líquido. Ficou com os lábios inchados e a língua queimada. Júlio Neves, dono do café, estava a assistir ao jogo de futebol entre o F.C.Penafiel e Oliveirense, sendo chamado pelo altifalante do estádio. "Quando cheguei aqui vi um o senhor mais velho com a língua em carne viva e a vomitar sangue. O colega tinha, também, os lábios em ferida", recorda Júlio Costa, abatido com o sucedido.
Bernardino Ferreira, ferido com menos gravidade, levou o amigo ao hospital Padre Américo do Vale do Sousa, em Penafiel. Ambos apresentaram queimaduras na garganta e na boca, informou fonte hospitalar. A mesma fonte revelou que Arnaldo Vieira foi posteriormente transferido para o Hospital de S. João, no Porto, regressando à unidade de Penafiel onde permanece internado.
Ao final da tarde, a mulher do comerciante (que recebeu tratamento no hospital de Penafiel) teve alta, sendo aconselhada a beber muita água e a pôr uma pomada para aliviar a queimadura provocada na língua.
Júlio Neves, indignado com o sucedido, abriu outras garrafas da mesma marca de cerveja e encontrou várias anomalias nas bebidas, apesar de o prazo de validade não ter expirado. O líquido apresentava uma cor acastanhada, diferente da habitual, e um cheiro muito intenso a ácido. É a primeira vez que tal acontece neste café.
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