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Radio Viseu Cidade Viriato

domingo, 13 de setembro de 2009

Manuela Ferreira Leite vs Jose Socrates...


Sócrates citou Abel Salazar, apresentou documentos e disse que «o novo Governo vai ter novos ministros». Ferreira Leite falou de credibilidade e deixou duas frases forte: «Não estou aqui para defender os interesses espanhóis, mas os interesses portugueses» e «parece aquele que mata o pai e a mãe para dizer que é órfão». O debate entre os dois principais candidatos às Legislativas foi vivo, esclarecedor e deixou um rastilho que tem de ser consumido nas próximas duas semanas até à votação de 27 de Setembro.


Ferreira Leite assegura: «Não quero privatizar saúde e educação»


«O que fala por um político é o trabalho feito e os últimos quatro anos falam por mim», começou por dizer o primeiro-ministro, lembrando que foi chamado a governar «numa altura difícil», tendo respondendo, em 2005 «a uma grave crise financeira», à qual respondeu colocando «as contas em ordem.»


TGV: PSD recusa-se a «defender interesses de Espanha»


Preparado para defender aquilo que fez e o seu programa, começou por marcar o debate, atalhando caminho para a questão da qualidade da democracia. Passou a enumerar medidas como «a limitação dos mandatos», «a lei da paridade», «a reforma do Parlamento, que deu mais poderes às oposições e obrigou o Governo a ir mais vezes ao Parlamento». «É por isso que acho despropositada a acusação de asfixia democrática», referiu, falando então nas críticas e depois no exemplo da Madeira.


Ferreira Leite respondeu, falando da sua imagem de credibilidade e lembrando o percurso de estudante, académica, professora, conferencista e política para justificar a inclusão de António Preto e Lopes da Costa nas listas do PSD a Lisboa. «Disse desde sempre que nunca traria para a política questões do âmbito da justiça», rematou.


A asfixia democrática estava em cima da mesa e a líder social-democrata disse olhos-nos-olhos que existe um «ambiente na sociedade portuguesa, em que a democracia e a liberdade em muitos casos têm sido afectados». Sócrates considera que este comportamento «não valoriza a democracia». No final do tema, disseram ambos que serão deputados se perderem.


TGV, Espanha e Scut


O candidato socialista recordou a social-democrata que «não é a dona da verdade» e citou Abel Salazar: «A virtude do sabedor é a um humildade e não a arrogância». Mas também «um grande general, que uma vez disse: Nunca vi um pessimista ganhar uma batalha.»


E, logo a seguir, entram os temas económicos, as políticas fiscais e o TGV. Ferreira Leite anuncia: «Garanto-lhe que vou suspender essa medida.» Sócrates lembra que em 2003, quanto estava no Governo, o PSD fez um acordo com Espanha para quatro linhas. Ferreira Leite responde: «A situação do país não era a de hoje.»


E surge uma reacção forte da líder social-democrata: «Hei-de conseguir resolver esse assunto com Espanha, sou uma pessoa responsável. O motivo de Espanha é que precisa que o comboio passe a fronteira para ter categoria transfronteiriça e ter mais apoios comunitários. Portugal não é uma província de Espanha. Não gosto dos espanhóis metidos na política portuguesa».


Sócrates discordou, pois considera que Portugal «vai ficar fora da rede de desenvolvimento». Aliás, ao nível das grandes obras, o primeiro-ministro confrontou a sua opositora com a questão das portagens nas Scut, frisando a ideia de que não constam no programa do PSD. Ferreira Leite explica que «os encargos que neste momento estão envolvidos nos pagamentos para além de 2030 tornam praticamente ridículos os pagamentos.» O primeiro-ministro aproveitava e lançava o ataque: «É medo de perder votos, porque durante quatro anos criticou e agora há um apagão. É oportunismo político».

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