Numa entrevista que pretendia assinalar os 50 anos da Sonae, Belmiro de Azevedo passou em revista os piores e os melhores momentos do maior grupo privado português, sem esquecer o falhanço da OPA sobre a Portugal Telecom.
O empresário nascido no Marco de Canavezes faz as contas às últimas décadas e considera que os governos do PSD tomaram mais decisões que prejudicaram a Sonae do que os executivos socialistas, mas foi o Governo de Sócrates o responsável pela decisão mais grave e inesperada.
Revelando que o «Governo deu instruções» para que a Caixa Geral de Depósitos votasse contra a OPA da Sonae sobre a PT, Belmiro de Azevedo considera que José Sócrates «portou-se mal», até porque o Estado, como detentor de uma golden share, nunca deu indicações de se opor ao negócio.
Desde aí, «nunca mais falou» com o primeiro-ministro: «Não tenho interesse e sou correspondido».
O empresário deixou o Governo com as orelhas a arder no programa «Diga Lá Excelência», em parceria com o «Público» e a «Rádio Renascença», sublinhando que este Executivo «não ouve ninguém. É o pensamento único».
Sobre a crise e as empresas em dificuldades, Belmiro espelha o pragmatismo que lhe é conhecido: «Uma empresa que não tem futuro deve fechar e não ser ajudada. Deve ser amputada».
O Estado, que é regulador e legislador, deve é ser expecional nessa função».
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