Francisco Louçã reuniu os jornalistas no aeródromo de Tires para uma viagem de helicóptero, esta terça-feira, com o objectivo de denunciar uma promessa falhada de José Sócrates, enquanto ministro do Ambiente. Em causa «um segredo bem escondido» na Serra da Arrábida.
«José Sócrates fez uma declaração em 2001 à frente destas pedreiras, dizendo que elas tinham de ser submetidas a uma regulação forte e que [as empresas] não podiam continuar a fazer uma exploração sem regras. Desde então a exploração multiplicou-se por muito e não houve nenhuma intervenção pública», lembrou.
«Sou de esquerda, mas não voto PS. O que voto para o PSD não ganhar?»
O bloquista frisou que o então ministro do Ambiente chegou a ameaçar as empresas de expropriação: «Mas não voltou cá. Nada foi feito.» Pelo contrário: «A decisão de José Sócrates, em 2005, já como primeiro-ministro, foi permitir à Secil [empresa exploradora], revendo para esse efeito o plano do Parque Natural da Serra da Arrábida, duplicar a volumetria.»
Assim, a empresa, «que entretanto foi privatizada», passou dos 16 milhões de metros cúbicos de exploração das pedreiras para os 32 milhões, sendo a concessão alargada também de 2021 para 2042.
«Os industriais não cumprem os regulamentos, extraem a pedra sem qualquer controlo. Mas tem de haver regras na protecção de uma paisagem», disse, sublinhando que a Serra da Arrábida vista de cima parece repleta de «cavidades lunares» numa extensão de «320 campos de futebol».
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