Não conduz, não tem carro nem nunca teve, assim como nunca tirou a carta. Contudo, há anos que Artur Silva, de Viana do Castelo, recebe multas por infracções cometidas na vizinha Galiza.
As autoridades espanholas atribuem-lhe a propriedade de duas viaturas, de matrícula espanhola, que estão na origem de seis coimas, cujo montante global ronda já o milhar e meio de euros. Todas elas devido a situações de excesso de velocidade, detectadas entre Tui e Vigo.
Serralheiro de profissão, actualmente no desemprego, Artur Silva refere que chegou já a vir de propósito a Portugal - numa altura em que laborava, a contrato, no estrangeiro - para tentar resolver o problema. Porém, nada conseguiu, afiançando temer por eventuais consequências que possam advir da utilização desses veículos, "como um acidente ou, mesmo, um assalto", assinala.
"Já escrevi às autoridades do país vizinho a dar conta que não sou o proprietário desses carros - no caso, um Opel Astra e um Mazda 6 - e que nem sequer poderia ser, uma vez que nem a carta tenho. Justifiquei a minha situação com documentos da Direcção-Geral de Viação, que diz que eu não estou habilitado a conduzir. Mas isso de nada serviu", lamenta, observando que, depois disso e de regresso a Portugal após um período de trabalho no estrangeiro, encontrou uma nova multa, na caixa do correio.
"Quando vi que se tratava de uma carta das autoridades espanholas, até pensei que fosse um pedido de desculpas, por toda a situação. Mas não. Qual não foi o meu espanto quando vi que se tratava de outra multa. Isto não se faz a ninguém", desabafa, indignado, Artur Silva, indicando que apresentou já o drama por que passa "à PSP, à GNR e ao tribunal". Todavia, "continua tudo na mesma". Apela, agora, às autoridades do país vizinho para que "ponham cobro" à situação: "Se este carro foi já detectado tantas vezes nos mesmos locais, que façam parar quem o conduz e que o responsabilizem por tudo isto".
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