Mais de uma dezena de estabelecimentoscomerciais da cidade de Mangualde foi alvo de assalto durante a madrugada de ontem. Os lojistas garantem que nunca assistiram a uma vaga de assaltos tão grande. Estão estupefactos e, or isso, exigem mais patrulha.
Diversos comerciantes com lojas no centro da cidade de Mangualde tiveram ontem, de manhã, uma surpresa desagradável quando chegaram aos seus estabelecimentos e descobriram que tinham sido assaltados.
Paulo Lopes, proprietário do Restaurante "A Cave", mais conhecido como "Cova Funda", explicou que eram cerca de 7h30m quando chegou à cidade para mais um dia de trabalho e deu conta que a porta do seu estabelecimento estava aberta.
"Nem fizeram grandes estragos, porque mal se nota que a fechadura foi forçada, nem roubaram muita coisa. Desapareceram apenas cerca de 15 euros em moedas de 20 e 10 cêntimos, que estavam na gaveta da caixa registadora e que deixo aberta para não ser danificada pelos ladrões em caso de assalto", adiantou.
Só dinheiro
Acrescentou ainda que os criminosos não se mostraram interessados noutro tipo de artigos. "Tabaco não havia, porque o levo todos os dias para casa,e não tocaram nas garrafas de bebidas alcoólicas", revelou, referindo que aquela foi a primeira vez que o restaurante foi assaltado.
Mais patrulhamento
Teresa Tavares, filha dos proprietários da Sapataria Cardoso - também assaltada - mostrou-
-se indignada com a falta de segurança que, segundo ela, existe na cidade. "Tem de haver mais patrulhamento por parte da GNR e leis que permitam às autoridades actuar", defendeu, revelando que nos últimos dias surgiram notícias de outros furtos perpetrados em Mangualde.
Quanto ao assalto à loja dos pais, revelou que os criminosos não chegaram a entrar.
"Quando cheguei aqui estava um militar da GNR a falar com a funcionária e a recolher dados. Não queria que alguém entrasse no estabelecimento, mas depois deixou-me verificar se os ladrões tinham ido ao armazém e numa breve vista de olhos fiquei com a ideia que não falta nada", contou. "Não sei se foram surpreendidos e tiveram de fugir", finalizou.
O mesmo terá acontecido na Sapataria Marques, instalada nas traseiras do edifício da Câmara de Mangualde. De acordo com o proprietário, os criminosos terão usado um arranca-pregos - mais conhecido como "pé-de-cabra" - para forçarem a fechadura, no entanto, esta mostrou ser mais resistente do que aquilo que pensavam, obrigando-os a procurarem outra loja para assaltar. Os ladrões tiveram a mesma sorte num talho situado a poucos metros da sapataria. Apesar de terem conseguido arrombar a primeira fechadura, não conseguiram ultrapassar a segunda e colocaram-se em fuga.
Maior prejuízo
O supermercado Chiveve, localizado junto à praça de táxis de Mangualde, terá sido o estabelecimento onde se registaram os maiores prejuízos. De acordo com os proprietários, os criminosos arrombaram a porta principal e levaram as moedas que havia em duas caixas registadoras. "Ficam sempre 30 euros em cada uma delas para fazer os trocos aos clientes e deixamos as gavetas abertas para não nos destruírem o equipamento no caso de assalto", explicou a proprietária, acrescentando que os criminosos não levaram mais nada, além do dinheiro.
Tratou-se do segundo assalto levado a cabo no supermercado Chiveve. Em Agosto do ano passado e tal como o nosso Jornal noticiou na altura, desconhecidos aproveitaram a hora do almoço para roubarem todo o dinheiro que havia em caixa.
GNR investiga
A Guarda Nacional Republicana está a investigar os vários casos. Elementos do Núcleo de Investigação Criminal de Mangualde daquela força de segurança deslocaram-se aos vários estabelecimentos para recolher indícios que poderão eventualmente levar à identificação dos assaltantes.
Ladrões "atacaram"
nas lojas mais antigas
Os criminosos mostraram preferência por estabelecimentos mais antigos, com pouca ou nenhuma segurança.
Apesar da existência de várias ourivesarias na zona onde foram registados os roubos, os criminosos não tentaram assaltá-las, optando por furtar pequenas quantias de dinheiro em cada loja.
Os roubos terão começado por volta das 22 horas numa cabeleireira, mas só ontem de manhã é que as pessoas deram conta do que tinha acontecido. Os comerciantes assaltados garantiram que iam reforçar a segurança, nomeadamente, através da colocação de melhores fechaduras.
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