Várias estradas foram cortadas ao trânsito no distrito de Viseu devido à neve que caiu durante a noite de domingo e grande parte do dia da passada segunda-feira.
De acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro, não se circulou na Estrada Nacional (EN) 230, entre o Caramulo e Águeda, e na municipal 1056, que liga o Caramulo a Caselho. Mais a norte, foram cortadas a estrada municipal 550, entre Resende e Bigorne, e a EN 229-1, entre Antas e Penedono. A neve impediu também a circulação nas estradas municipais 581, entre Fontainhas e Ferreira d'Aves (Sátão), e 514, entre Aldeia Nova e Pêra Velha (Moimenta da Beira).
Em Viseu, os automobilistas foram obrigados a reduzir drasticamente a velocidade para poderem circular em segurança na cidade e apenas se registaram acidentes com danos materiais, devido a alguns despistes. As situações mais complicadas verificaram-se nos concelhos vizinhos da zona de Lafões
Aldeias isoladas
em Vouzela
A queda de neve que caiu com grande intensidade isolou algumas aldeias da serra do Caramulo, bloqueou acessos à A25 e levou a Câmara Municipal de Vouzela a solicitar um limpa neves.
De acordo com o vice-presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, as povoações afectadas foram as de Alcofra, Campia, Carvalhal, parte da freguesia de Ventosa, Cambra e de Fernão Monte, onde durante a manhã não existiam condições de circulação rodoviária.
Os serviços camarários e os bombeiros foram obrigados a "espalhar sal nos acessos principais" que, nalguns casos, acumularam cerca de 20 centímetros de neve, e nas vias de passagem para algumas empresas.
As estradas viradas à Serra do Caramulo foram cortadas, o que levou a câmara a activar os "funcionários afectos às juntas de freguesia" para realizar uma "distribuição de comida às instituições de solidariedade social", precisou Rui Ladeira, acrescentando que a Câmara recebeu dezenas de pedidos de apoio de pessoas que estavam paradas nas viaturas ao longo das estradas do concelho.
A situação só começou a melhorar a meio da tarde, quando parou de nevar.
Plano contra o frio
Portugal poderá adoptar em breve um plano de contingência contra o frio, que mata mais do que o calor, tal como dispõe desde 2004 para as altas temperaturas.
De acordo com o chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção Geral de Saúde (DGS), Paulo Diegues, a criação de um plano de contingência contra o frio "poderá vir a ser equacionada", estando a mesma dependente dos recursos que são necessários.
Paulo Diegues lembrou que as habitações portuguesas não estão adaptadas às baixas temperaturas e que esta poderá ser uma das razões para as mortes devido ao frio.
"As casas estão adaptadas a um clima temperado e não ao frio persistente", adiantou.
O especialista em saúde ambiental sublinhou que é muito difícil perceber quando é que se morre de frio ou se a morte se deveu a "factores de confundimento" e que normalmente acontecem nesta altura do ano, como a gripe.
Mau tempo
até domingo
De acordo com o Instituto de Meteorologia, o mau tempo irá manter-se, pelo menos, até domingo. As temperaturas continuarão baixas e a neve também deverá continuar a cair.
Para hoje, prevêem-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, que serão de neve acima dos 1.200 metros e vento fraco a moderado (10 a 30 km/h), que será moderado a forte (30 a 45 km/h) nas terras altas. Amanhã, o céu apresentar-se-á muito nublado, diminuindo gradualmente de nebulosidade a partir da tarde. Haverá períodos de chuva ou aguaceiros e queda de neve acima dos 1.000 metros.
No que diz respeito às temperaturas, a máxima não deverá superar os 8ºC e a mínima rondará 1ºC.
Diário Regional
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