A administração da Delphi comunicou, ontem, quinta-feira, aos sindicatos que vai despedir 286 pessoas faseadamente até final de Maio. São mais cem que o inicialmente previsto, no processo de despedimento colectivo anunciado pela multinacional de cablagens.
"A reunião ultrapassou largamente as nossas previsões mais negativas", admitiu Adelino Nunes, coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM), acrescentando que, a partir de 1 de Junho, "a empresa fica com 327 trabalhadores em instalações onde já laboraram mais de 3000".
Até lá, quem for dispensado vai deixar a fábrica da Guarda-Gare por três fases, sendo que a maioria sairá entre 19 e 20 de Abril. O processo ficará concluído no final desse mês e entre 24 e 31 de Maio. A justificação invocada para o aumento das dispensas prende-se com a falta de novas encomendas, o fim de linhas de produção e de produtos que não são rentáveis, estando ainda previsto o regresso de algumas encomendas às fábricas do grupo na Roménia e Marrocos.
Redução "necessária"
"Tinham sido transferidas para a Guarda para nos dar trabalho, como foi o caso da Opel e da Fiat", explica o delegado sindical do STIMM. Vítor Tavares revelou ainda que, na reunião, a administração alegou que a redução "é necessária para a fábrica ser viável com os produtos que se mantêm e com os 327 trabalhadores que ficam, isto com base em estudos que fizeram".
Com instalações agora sobredimensionadas, a Delphi também admitiu que poderá vir a alugar espaço a outras empresas e não descartou a possibilidade de mudar-se para um local mais adequado a essa nova realidade. "É uma hipótese que não foi fechada, tudo dependendo das necessidades da empresa e das condições do mercado", adiantou Adelino Nunes.
A administração comprometeu-se, ainda, a assegurar "a manutenção mínima e necessária para poder arrancar de imediato com a produção de novas encomendas no caso do mercado automóvel voltar a crescer", declarou.
Entretanto, ficou agendada para 4 de Março uma nova reunião para se iniciar o processo negocial com vista aos despedimentos. Tudo indica que as indemnizações acordadas no ano passado - dois meses por cada ano de trabalho - vão manter-se. Em Dezembro, a Delphi despediu 315 trabalhadores.Jornal de Noticias
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