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Radio Viseu Cidade Viriato

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quebras no transporte ferroviário foram mais expressivas na Área Metropolitana de Lisboa...

De Abril a Junho deste ano, o número de veículos a circular nas auto-estradas portuguesas aumentou. Em contraponto, a procura dos serviços da CP sofreu uma queda de 3,3% face a 2008 e teve maior incidência na Área Metropolitana de Lisboa.


A subida em catadupa dos preços dos combustíveis, há cerca de um ano, levou a que muitos portugueses optassem por deixar o carro em casa, passando a deslocar-se de transporte público. No entanto, os combustíveis ficaram mais baratos e actualmente o cenário já não será o mesmo. Os números do segundo trimestre de 2009, indicam que algumas pessoas já começaram a tirar o automóvel das garagens, em detrimento do comboio.


Entre Abril e Junho deste ano, as auto-estradas da Brisa, registaram um aumento de tráfego na casa dos 4,3%. A subida no segundo trimestre sucedeu ao tombo de 7,4% que havia registado nos primeiros três meses do ano. A empresa fechou o primeiro semestre a cair 1,5%, mas a recuperação de tráfego foi notória e justificada, no seu relatório de contas, com "a estabilidade dos preços dos combustíveis".


Por sua vez, entre as concessões do grupo Aenor, somente a A25 não verificou um aumento de circulação. Com essa excepção da Concessão da Beira Litoral e Alta (A25), as restantes - Norte, Grande Porto, Grande Lisboa, Costa de Prata e Douro Interior - obtiveram um incremento de tráfego entre 1,4% e 6% durante os primeiros seis meses do ano.


Pelo contrário, a procura do comboio sofreu uma quebra, tendência também verificada no início do ano. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos à actividade de transportes no segundo trimestre de 2009, indicam que o movimento de passageiros no transporte ferroviário apresentou uma queda de 3,3%.


Nesse período, a CP transportou cerca de 39 milhões de passageiros. Em declarações a CP explica que a conjuntura "gerada pela crise económica nacional e internacional teve um impacto negativo na mobilidade das pessoas e consequentemente na actividade da empresa".


Segundo a CP, "com o desemprego crescente, menor confiança na economia, contracção do orçamento familiar e diminuição do preço do combustível, tanto as movimentações pendulares como as viagens de lazer registaram quebras com maior expressividade na Área Metropolitana de Lisboa". Por seu lado, "na Área Metropolitana do Porto, verifica-se um primeiro semestre com algum crescimento, assim como no serviço Intercidades".


Já o serviço ferroviário ligeiro, ou seja, o metropolitano, transportou 58,2 milhões de pessoas de Abril a Junho de 2009. Isto significou uma queda de 0,4% em relação ao período homólogo. O Metropolitano de Lisboa, que movimenta mais de 75% dos passageiros neste meio de transporte, perdeu 1,5% dos seus clientes, ao contrário da Metro do Porto, que continua a registar taxas de crescimento.


Já os transportes públicos rodoviários parecem não ter sentido tanto a crise. A Carris registou um aumento de passageiros de 4,3% na primeira metade do ano, tendo transportado 121,7 milhões de passageiros. E mesmo a STCP, que transportou 56 milhões de pessoas no mesmo semestre, teve apenas uma quebra ligeira de 0,7%.


Fernando Nogueira, Vice-Presidente da Associação portuguesa de planeadores do território (APPLA)


Como se explica o maior uso do automóvel no segundo trimestre deste ano?


São sobretudo razões económicas que justificam a recente opção pelo carro. Neste período não existiram variações na oferta, em termos de infra-estruturas. A única explicação plausível é que o consumidor voltou a ter combustíveis a preços mais acessíveis do que há um ano, altura em que adoptou estratégias defensivas e fez a procura de transportes públicos aumentar.


Que outras condicionantes podem ter contribuído para esta situação?


Um maior poder de compra das famílias. A diminuição dos preços de alguns produtos e as quedas das taxas de juro, da Euribor, por exemplo, pode ter aberto uma folga no rendimento disponível que tornou a utilização do automóvel mais aliciante.


A opção pelo carro poderá manter-se durante 2009?


É difícil prever. Penso ser uma situação conjuntural. Se o preço da gasolina subir, voltaremos a ter comportamentos defensivos. O carro é uma solução cómoda e a população portuguesa está habituada a ele, já que somos o país da União Europeia com o maior número de automóveis por habitante. Quando o uso do carro fica mais barato, com a baixa dos combustíveis, nota-se facilmente uma maior afluência nas estradas portuguesas.


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