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Radio Viseu Cidade Viriato

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PSD, CDS, PCP e BE apontam o dedo ao Governo. «É um dos maiores atentados à liberdade de informação depois do 25 de Abril»...

Euro 2008 dá maior audiência de sempre à TVI


Os partidos da oposição já se pronunciaram sobre o cancelamento do Jornal de Sexta da TVI, associando a decisão a interferência do Governo. O vice-presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco considera que a demissão da Direcção de Informação da TVI «consubstancia um dos maiores atentados à liberdade de informação de que há memória depois do 25 de Abril» e diz mesmo que «Portugal e a democracia portuguesa estão de luto».


Esta demissão «é a prova acabada de uma estratégia contínua e intencional de condicionamento, interferência e silenciamento de um órgão de comunicação social, próprio de uma sociedade que vive um cada vez mais insuportável clima de asfixia democrática».


«Temos um primeiro-ministro e um Governo que convivem mal, mesmo muito mal, com as liberdades e que não olham a meios enquanto não conseguem controlar ou silenciar quem os critica ou ousa pensar diferente», acusou.


Ordem socialista


Foi «ordem socialista» refere Paulo Portas, que classifica como um «acto de censura» que afecta a liberdade de expressão.


«Parece evidente que se trata de um acto de censura a três semanas das eleições. É uma ordem socialista através do seu aliado, a PRISA. É uma ordem vinda de Espanha mas que afecta directamente uma liberdade essencial dos portugueses», declarou Paulo Portas.


O líder do CDS-PP considera que o cancelamento do Jornal de Sexta é «a todos os títulos grave» e põe em causa a liberdade de expressão.


«Uma ordem de um certo poder económico que acha que pode controlar uma eleição política e democrática. A todos os títulos é grave. Goste-se ou não do tom e do estilo do Jornal Nacional. Há uma coisa mais importante, a liberdade de pensar e a liberdade de expressão», acrescentou Paulo Portas.


PCP lembra o «incómodo» de Sócrates


Por seu lado, o PCP refere que a «avaliação sobre a decisão de suspensão do Jornal Nacional da TVI e a subsequente demissão apresentada pela Direcção de Informação desta estação não é separável do conhecido e notório incómodo que, quer o Governo quer o primeiro-ministro, vinham demonstrando face aos conteúdos e critérios dominantes na edição deste serviço noticioso nas noites de sexta-feira».


Os comunistas acrescentam que, a «confirmar-se uma qualquer relação entre estes acontecimentos e eventuais pressões para influenciar num sentido favorável a interesses políticos e eleitorais do partido do governo», tal seria «um factor da maior gravidade no plano da liberdade de imprensa mas também do próprio ambiente e condições do debate eleitoral».


O PCP sublinha que o quadro político actual e, em particular, a fase de campanha eleitoral «exige de todos os órgãos de comunicação social uma linha de informação pautada por critérios de igualdade e de tratamento não discriminatório», factores a que o comunista promete «manter-se atento».


Comparação com a saída de Marcelo


O Bloco de Esquerda comparou o caso com o afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da mesma estação de televisão. «O que tivemos hoje faz-nos lembrar um episódio que ocorreu durante o Governo PSD e CDS-PP na mesma estação de televisão que levou ao afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa porque os seus comentários incomodavam o Governo da altura. As pressões foram imensas e resultaram exactamente no seu afastamento», disse a deputada do BE Helena Pinto.


«A suspensão do Jornal Nacional que nada previa que acontecesse tem lugar num contexto muito especial marcado pelo facto do primeiro-ministro ter escolhido como alvo de críticas este programa e esta estação de televisão e, por outro lado, ocorre a três semanas de se realizarem eleições importantíssimas no país», sublinhou.


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