Portugal ocupa o 21.º lugar, entre 29 países europeus, relativamente ao bem-estar infantil. Em termos de Educação somos mesmo a terceira pior nação. Os apoios apenas conseguem eliminar 5% da pobreza infantil que era de 21% em 2006.
Um estudo incluído num trabalho da Fundação Europeia para a Ciência sobre as crianças coloca Portugal nos últimos lugares do ranking de bem-estar infantil. O documento, que foi divulgado a 17 de Junho, utiliza dados oficiais da União Europeia e demonstra que, na grande parte destes países, a pobreza atinge mais os jovens entre os 0 e os 17 anos do que a população em geral.
No que diz respeito a Portugal, o estudo indica que, em 2006, ainda antes de entrar em cena a crise económica que actualmente atravessamos, existiam 21% de crianças a viver abaixo do limiar da pobreza - em lares com menos de 60% do rendimento médio nacional, mesmo após a obtenção de apoios e subsídios. Ainda de acordo com os dados do trabalho, perto de um terço das crianças portuguesas habita em lares com falta de bens consumíveis e 39% vivem com constrangimentos financeiros.
O estudo, que analisa os principais indicadores europeus sobre rendimento, educação e condições de vida, pormenoriza em sete domínios as principais condições de vida das crianças. Neste quadro, Portugal ocupa a 21.º posição, entre 29 países, com 94,5% da média europeia de bem-estar infantil.
Relativamente aos diferentes campos de análise, em termos de Educação somos mesmo o terceiro pior país dos analisados. No que diz respeito à Saúde e condições materiais os dados também não são reconfortantes, já que ocupamos a 21ª posição. Aliás, nestes items, apenas em termos de prevenção de risco conseguimos entrar nos dez primeiros, ficando-nos pela 9ª posição.
Um outro aspecto a realçar do estudo é o facto de os apoios, estatais e não estatais, conseguirem reduzir a taxa de pobreza infantil em Portugal em cerca de um quinto do seu valor - passa de 26% para 21%. No entanto, quando comparados estes valores com os dos outros países europeus, constata-se que em apenas cinco países - Dinamarca, Chipre, Reino Unido, Islândia e Eslovénia - a taxa de pobreza infantil, antes de apoios, é menor do que Portugal.
No entanto, os restantes países europeus conseguem reduzir as suas taxas de pobreza infantil através de apoios estatais ou de organizações não governamentais às famílias carenciadas e atiram Portugal para a 17ª posição.
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