Para o ME, os resultados conseguidos "mostram que as melhorias verificadas nos anos anteriores se consolidaram". Já o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática desvaloriza comparações. E o da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) fica contente pelos "bons resultados", mas recusa-se a comentá-los, por considerar que as provas de aferição devem ser interiorizadas como um natural prestar de contas pelos alunos. Deveriam ser mais até aos exames, mas não ser notícia, defende Albino Almeida.
Vamos aos resultados. Os piores foram os de Matemática no 6º ano: cerca de 20% dos alunos tiveram nota negativa - apenas mais sete décimas do que o verificado no ano passado; em 2007, recorde-se foram 41% dos alunos. No 4º ano, houve 11% de negativas (8,8% no ano passado). Na Língua Portuguesa, 89% dos alunos do 6º ano (negativas passam de 6,5% para 11%) e 92% dos do 4º ano tiveram nota positiva (negativas passam de 10,6% para 8%).
Se pormenorizarmos um pouco mais, verifica-se que entre os alunos do 1º ciclo se registou um ligeiro aumento dos que conseguiram as classificações máximas (mais 1,4%) de Muito Bom (2,7%) e Bom; os Não Satisfaz quase desapareceram. No 6º ano, as negativas aumentam de 6,5% verificados em 2008 para cerca de 11% em 2009, mas os Muito Bom também aumentam ligeiramente: de 4,6% para 8%.
Apesar de manifestar não saber de cor os resultados, a ministra da Educação assegurou, ontem de manhã, que os resultados eram "positivos" e de "continuidade" em relação aos conseguidos nos anos anteriores. Por isso, sublinhou Maria de Lurdes Rodrigues, "o balanço é positivo" e sem "nenhuma surpresa"tanto Edviges Ferreira, da Associação de professores de Português, como o presidente da Sociedade de Professores de Matemática também se manifestaram "não surpreendidos" pelos resultados.
Para Edviges Ferreira, as provas de Língua Portuguesa têm tido "um certo equilíbrio" sendo, por isso, natural a melhoria de resultados. "Se fossem mais complexas, seriam diferentes", sublinha. Já para Nuno Crato, as provas "são mal construídas", tornando-se impossível aferir comparações.
"Não são feitas de forma comparável de ano para ano, tanto na sua estrutura como no grau de dificuldade. Este ano, por exemplo, considerámos que havia um número exagerado de questões demasiado elementares", insistiu.
Comentar os resultados é um "fait-divers", sintetiza Albino Almeida, até porque globalmente "não dizem nada".
"Não percebemos se os bons resultados a Língua Portuguesa, por exemplo, são mais conseguidos na gramática ou interpretação. Individualmente, sim, dirão muito a alunos, professores e escolas". O presidente da Confap recusou desta forma comentar os resultados. No entanto sublinhou que a Confap defende até a realização de mais provas de aferição noutros anos até aos exames. "A cultura de prestação de contas deveria ser interiorizada" por todos, defende.
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