O casal vítima de uma explosão na...

O casal vítima de uma explosão na manhã de terça-feira, em Viseu, está internado em "estado crítico" nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Tem queimaduras "graves" em mais de 60 por cento do corpo. A casa ficou destruída.

Num comunicado emitido ontem, o serviço de relações públicas dos HUC refere que as vítimas, ela de 45 anos e ele de 47, estão "sob ventilação e têm prognóstico reservado".

O casal foi assistido no Hospital de S. Teotónio, em Viseu, e a seguir transferido para Coimbra. "Ela foi de ambulância e ele, cujo estado inspirava maiores cuidados, seguiu de helicóptero", disse Luís Viegas relações públicas do hospital de Viseu.

Na origem da explosão, registada momentos antes da nove horas da manhã de ontem, numa casa de dois andares do bairro de Santa Luzia, Pascoal, freguesia de Abraveses (Viseu), terá estado uma fuga de gás na placa do fogão.

"Técnicos da Polícia Judiciária de Coimbra e da GALP estiveram na casa a recolher indícios para posterior investigação. À priori, no entanto, tudo leva a crer que tenha havido uma fuga na placa do fogão a gás. Resta saber porquê", avança Jorge Antunes, comandante dos Bombeiros Municipais de Viseu.

A mesma fonte relata que as duas botijas de gás instaladas na véspera, no exterior do edifício, estavam intactas após a explosão. "Uma delas tinha um terço de gás congelado. O resto entrou na casa e alimentou a explosão".

Edson Rodrigo, que passava na rua no momento do acidente, admite ter visto a morte à sua frente. "Valeu-me um pequeno muro. Não fosse ele, e teria sido atingido por milhares de estilhaços de vidro", relatou ainda angustiado.

Apesar da aflição, o vizinho ainda teve sangue frio para retirar as vítimas de dentro de casa. O homem estaria nu. "Consegui retirar o casal pela janela. Estavam os dois muito queimados. Mas ele parecia-me em muito pior estado", testemunhou.

Oriundo de S. Pedro da Cova, arredores do Porto, o casal tinha-se mudado anteontem para a casa nova, alugada no bairro de Santa Luzia, em Pascoal.

"Andaram todo o dia a fazer a mudança com móveis acabados de comprar", relatou a vizinha Palmira Pereira. Cuja habitação também sofreu danos.

O casal terá seis filhos: dois dela e quatro dele. Todos com idades até aos 14 anos. "Os dois filhos da senhora, duas meninas, viviam com eles em permanência. Os outros, costumavam vir passar o fim de semana. Ainda bem que não estavam lá na altura do acidente", declarou António da Cunha Lemos, vereador da Câmara de Viseu.

Sérgio Oliveira, dono de um armazém no mesmo bairro, que em 2004 ardeu totalmente devido a um curto circuito, reviveu a aflição. "Primeiro pensei que era um acidente. Mas não. A azáfama dos bombeiros fez-me lembrar um desgraça da qual ainda sofro as consequências".