Encontrado parte da asa e vários assentos do Airbus da Air France...

foto VALTER CAMPANATO/LUSA

Um militar da Força Aérea brasileira mostra a zona onde foram encontrados os dois corpos

Parte da asa e vários assentos do Airbus da Air France, desaparecido na última segunda-feira, no voo entre o Rio de Janeiro e Paris, foram encontrados pela Força Aérea brasileira.

De acordo com o tenente-coronel aviador Henry Wilson Munhoz Wender, do Centro de Comunicação da Aeronáutica, estes destroços foram avistados pela aeronave R-99, às 11.39 horas locais. Antes, o mesmo avião tinha localizado o ponto onde estavam os dois corpos já resgatados.

A Marinha informou, entretanto que, a partir dos resultados das buscas deste sábado, a prioridade é encontrar mais corpos.

Manhã cedo, os corpos e vários destroços - uma cadeira azul, um bilhete de avião, um boletim de vacinas, uma pasta de couro, uma mochila, contendo um computador portátil - foram recolhidos, por tripulantes da corveta "Caboclo", a cerca de 900 quilómetros da ilha Fernando de Noronha e a 69,5 quilómetros do ponto onde o voo AF 447 emitiu o último sinal automático de alerta. Tanto a pasta como a mochila, aparentemente bagagem de mão, continham nomes, que só por grande coincidência corresponderão aos corpos encontrados.

Para os corpos chegarem mais rapidamente a Fernando de Noronha, para onde partiu, do Rio de Janeiro, uma equipa de peritos médico-legais, foram transferidos para a fragata "Constituição", que navegará até cerca de 300 quilómetros da ilha, onde um helicóptero da Força Aérea os recolherá e transportará para terra, onde deverão chegar este domingo.

Os dois corpos foram avistados por um avião-radar R99 e resgatados pela tripulação da corveta Caboclo, que se desloca a cerca de 40 quilómetros hora. Só depois foram transferidos para a fragata Constituição.

Familiares de vítimas, que foram informados da descoberta antes do anúncio em conferência de imprensa, tinham reacções de toda a ordem. Marco Túlio Moreno, filho de um dos passageiros do avião, disse que, no essencial, esta evolução vale pelo esclarecimento que possa trazer: "Agora podemos começar a entender o que ocorreu no acidente". Sabe-se agora que o avião emitiu 24 mensagens de alerta antes de se despenhar, mas há cada vez mais reticências quanto à possibilidade de encontrar as caixas negras.'

Os primeiros procedimentos para a identificação das vítimas vão decorrer no arquipélago de Fernando de Noronha, sendo depois transportados para a cidade do Recife.

Os familiares foram submetidos a alguns procedimentos para facilitar a identificação dos corpos, nomeadamente recolha de sangue, saliva e fios de cabelo.