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quinta-feira, 11 de junho de 2009

assam 11 dias da queda pavorosa:...


Passam 11 dias da queda pavorosa: 228 pessoas despenharam--se no negro Atlântico. Como? Porquê? As caixas negras respondem, mas estão cinco mil metros abaixo no mar. Um submarino atómico está a descer à escuridão


A área é longínqua: mil quilómetros ao largo da costa atlântica do Nordeste do Brasil. É grande: 36 quilómetros por 36 quilómetros. É profunda: cinco mil metros em mar montanhoso. Esta é uma nova missão; é capitaneada por Émeraude, o preto e potente submarino atómico francês que cumpre o seu dia 1 de buscas no local da queda do Airbus A330. É uma operação de ataque: o Émeraude está em busca das duas caixas negras que guardam a memória de voo do AF447 e que podem explicar o que provocou o abismo à aeronave.


foto Reuters
O mistério permanece no fundo

O submarino possui equipamento sonar avançado para exame e detecção; vai concentrar-se numa área de 36 km2. "Haverá novas áreas para procurar à medida que a operação evoluir. Não há data para terminar o trabalho", disse o comandante do navio Prazuck, que dá apoio directo ao submergível. Se as caixas negras forem localizadas, há três submarinos-robôs não-tripulados, estacionados a bordo de outro navio francês, o Pourquoi Pas, que podem sair de imediato para a água. O Pentágono enviou igualmente para a costa marítima brasileira dois sistemas de escutas que podem detectar sinais emitidos por caixas negras a uma profundidade até 6100 metros.


Até agora foram recuperados 41 cadáveres na operação de busca e resgate das 228 pessoas - 72 franceses, 59 brasileiros e 26 alemães; entre eles há sete crianças e um bebé. 187 corpos continuam desaparecidos. "Até agora, a janela temporal nestas operações marcava-se em dias. No caso do AF447 temos que falar de semanas, de meses", disse um porta-voz militar francês.


A velocidade permanece como elemento chave do acontecimento - a avaria dos sensores que medem a marcha do aparelho é até agora a causa mais provável.


Mas o que aconteceu permanece um mistério. A única causa-efeito confirmada na investigação regista apenas dois factos: quando caiu, o avião enfrentava a turbulência extrema de uma tempestade inter-tropical; o aparelho disparou 24 mensagens automáticas de alerta de avaria nos seus últimos três minutos de contacto no ar.


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