Páginas

So faltam meses, dias, horas, minutos, e segundos para o ano 2012

Madeleine

Banner1
Click here to download your poster of support

Radio Viseu Cidade Viriato

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ter ou não ter ...

Ela sempre sonhou em ter "uma casa cheia de gente". Ele, com cinco irmãos, estava habituado "a casa cheia". Conheceram-se há 27 anos, numa festa de amigos que tinham em comum. Namoraram, casaram e, para além de serem felizes para sempre como num conto de fadas, decidiram prolongar a história. Acrescentaram à narrativa quatro filhos e são uma família numerosa.


Ela é Alexandra Dias e ele Henrique Dias. Os protagonistas de uma família numerosa que escolheu Viseu para viver, cidade onde são representantes da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN). "Inicialmente, pensámos em ter dois filhos, depois falamos e decidimos ter mais um filho. O quarto não estávamos a contar, mas impôs-se e veio. Muito bem.", afirma Alexandra.


A cumplicidade entre o casal flui, enquanto procuram os pormenores do enredo. "Enquanto namorávamos, falávamos em ter filhos, mas não no número", esclarece a progenitora.


O Bruno é o mais velho, com 21 anos, nasceu quando os pais ainda moravam em Lisboa e cedo começou a ajudar os pais a cuidar de André. O segundo filho nasceu no Canadá, tem menos três anos que Bruno. Já Raquel tem 13 anos. A caçula da família chama-se Sílvia e tem seis anos. Serpenteia entre os afazeres diários e o colo da mãe. "Lembro-me da reacção dos irmãos quando contei que estava grávida da Sílvia. A notícia foi dada num almoço de Ano Novo. O mais velho encarou com muita naturalidade. Ficou contente. O André disse ‘yes’. E a Raquel foi ‘ohh, não foi nada’", recorda alegremente Alexandra.


Há quem os ache um pouco "malucos", outros há que os chamam "corajosos" pelo facto de terem quatro filhos. "Alexandra e Henrique deixam bem claro que se trata de uma opção, de um projecto de vida. Foi devido a esse "projecto" que o casal abandonou a cidade de Sintra e se mudou há cerca de 13 anos para Viseu. "Na altura a Raquel tinha acabado de nascer. Ela ia para o Berçário, o André ia para o infantário e o Bruno ia para o ATL. Quando nos mudámos para Viseu passámos a pagar literalmente metade do que pagávamos em Lisboa", salienta Henrique Dias. A mulher é peremptória. "Aqui temos qualidade de vida, mais paciência, mais tempo para estar com as crianças".


A história da família Dias vive de aventuras, desenhadas a um ritmo alucinante onde cada tarefa diária é pensada ao pormenor. "Num projecto de famílias numerosas é fundamental contar com o cônjugue" explica Alexandra, "Estamos organizados entre os dois e distribuímos as tarefas". A título de exemplo, Alexandra salienta que as manhãs têm início com ela a "acordar os miúdos", enquanto Henrique "prepara os pequenos-almoços".


A divisão de tarefas assemelha-se ao trabalho de uma equipa, na qual todos os "jogadores" percebem que o papel que desempenham é um contributo valioso para que a história da família Dias tenha, em cada dia, um final feliz. E esse contributo passa por repensar nos gastos do dia a dia, no que se pode poupar nos gestos quotidianos e nos "luxos" que se podem evitar. "Vamos gerindo as coisas conforme as necessidades. Mas faz parte de uma família numerosa aprender que nem tudo o que se quer tem que se ter na altura", sublinha o casal.


Apesar das dificuldades com que se debatem as famílias numerosas (ver texto seguinte e página 8), Alexandra de 45 anos e Henrique de 48 anos não se arrependem do rumo que deram à sua história de vida. Para além dos filhos biológicos, o casal está a participar num projecto de adopção à distância, através do qual apoiam à distância o crescimento de uma jovem angolana e partilham muitos dos seus fins-de-semana e férias com uma menina que vive num numa instituição de solidariedade em Viseu. E Henrique deixa o futuro em aberto "Não vamos fazer de propósito para ter mais filhos, mas se vierem serão bem-vindos".


Sem comentários: