O psiquiatra conta com testemunhas conhecidas, como Júlio Machado Vaz.
O médico psiquiatra que em Novembro do ano passado foi detido por suspeitas de ter violado uma sua paciente, grávida de oito meses, vai começar a ser julgado esta terça-feira, nas varas criminais do Tribunal de S. João Novo, no Porto. O caso chocou a opinião pública quando o arguido, que também exercia a profissão no Instituto da Droga e Toxicodependência, foi detido pela Polícia Judiciária, no seu consultório na Foz. Por se tratar de uma violação, o julgamento decorrerá à porta fechada e será conduzido pelo colectivo de juízes da 1ª Vara, presidido por Manuela Paupério, a mesma juíza que condenou o "gangue da Ribeira", no processo "Noite Branca". São muitas as testemunhas que vão depor por videoconferência, nomeadamente médicos a quem a vítima, de 30 anos, residente em Trás-os- -Montes, recorreu antes e após os factos da acusação.
O arguido, João Vasconcelos Vilas Boas, de 48 anos, chamou também em sua defesa um conjunto de testemunhas, entre as quais o sexólogo Júlio Machado Vaz. A defender o psiquiatra estará o advogado Artur Marques, envolvido em outros casos mediáticos como os processos "Apito Dourado", "saco azul" (em que a sua cliente era a ex-autarca Fátima Felgueiras) e mais recentemente o "Face Oculta". Tudo indica que o psiquiatra irá confessar os factos, alegando ter agido num quadro de grande perturbação. Os vestígios de sémen encontrados na vítima durante os exames médico-legais não deixaram dúvidas às autoridades.
Os factos terão ocorrido em Maio de 2009 na clínica do médico, na Rua de Gondarém, na Foz. A mulher, grávida de 34 semanas, sofria de depressão e recorria a João Vasconcelos Vilas Boas, deslocando-se de Bragança para as consultas. Os abusos começaram quando o arguido começou a "massajar-lhe os seios e, exibindo-lhe o pénis erecto, disse-lhe para lho acariciar". De acordo com a acusação, o médico agarrou-a pelos cabelos e, "puxando-lhe a cabeça, tentou introduzir-lhe o pénis na boca". A mulher grávida ainda tentou fugir mas o arguido alcançou--a de novo, puxou-lhe as calças e conseguiu violá-la.
Em primeiro interrogatório, o juiz decretou a suspensão de toda a actividade profissional privada e pública do médico. A Inspecção- -Geral das Actividades em Saúde instaurou também um processo disciplinar ao psiquiatra, depois de uma inspecção ter detectado que o arguido continuava a dar consultas num Centro de Respostas do IDT (organismo público).
DN
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