Os dois adultos, que se suspeita tratar-se de um homem e mulher, terão chegado de Cancun, no México, há dois dias, via Madrid. De acordo com a SIC-Notícias, viajaram juntos e as análises que entretanto foram recolhidas pela unidade hospitalar foram já enviadas para o Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa, o que vai permitir esclarecer todas as dúvidas.
De acordo com um responsável hospitalar, apresentavam sintomas em tudo idênticos aos apontados aos doentes com gripe A, como sejam a fadiga muscular. O Hospital de S. João isolou estes dois pacientes num espaço da urgência médica.
De referir que esta é a segunda vez que aquela unidade hospitalar recebe casos suspeitos de gripe A (H1N1). Há cerca de uma semana, uma criança tinha sido internada com sintomas gripais, que depois se vieram a provar não estar relacionados com o vírus.
Entretanto, ontem, a ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou, no encontro que tem mantido diariamente com a Imprensa desde que se avolumou a crise da gripe A (H1N1), que chegou novo material de análise. Os reagentes chegaram anteontem ao Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge, vindos do Centro Europeu de Controlo de Doenças de Estocolmo. Estão a ser preparados para estarem prontos a usar - e a dar resultados em seis horas - a partir do final da semana. E dar a Portugal "capacidade de autonomia na identificação do vírus". Assim, se surgir algum caso suspeito, as amostras deixam de ter de ser enviadas para o laboratório de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Londres.
O resto do ponto de situação foi a nota de tranquilidade. Portugal continua sem casos suspeitos ou em investigação e a equipa criada para acompanhar a situação vai manter as reuniões diárias.
Fora de portas, o dia ficou marcado pela confirmação de um primeiro caso na Polónia e de outro na Suécia. Ambos são de pessoas que regressaram recentemente dos Estados unidos e apresentam sintomas de gripe benigna. Notícia foram também os avanços no estudo do vírus, a caminho da criação de uma vacina, isto quando no México, epicentro mundial da epidemia, a vida começou ontem a retomar o seu curso normal. Reabriram os restaurantes e iniciaram-se limpezas nos comércios, transportes públicos e escolas, que voltam hoje a receber alunos. Isto apesar de subir o número de mortos: 42, a maioria entre os 20 e os 39 anos.
As medidas que transformaram a trepidante capital mexicana numa cidade fantasma "protegeram toda a humanidade", garantiu ontem o presidente Felipe Calderon, anteontem felicitado pela OMS pela seriedade e transparência com que geriu a crise.
Menos calmas são as tensões que a gripe A gerou pelo mundo fora e que levaram ontem a OMS a pedir a alguns países justificações sobre a racionalidade, em termos de saúde pública e de fundamentação científica, da imposição de restrições "significativamente diferentes" das recomendadas, "ou que vão contra as trocas internacionais". A agência de saúde da ONU não recomendou a limitação das viagens e insiste que a gripe A não se transmite com o consumo de carne de porco.
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