Um agente da PSP detido, com outros dois homens, após um assalto e sequestro num armazém de roupa, em Braga, é suspeito de integrar um grupo organizado que também se dedicava a roubar droga a traficantes. Arma de serviço terá sido usada nos crimes.
O grupo em causa, que será composto por cerca de uma dezena de indivíduos, está a ser investigado, desde Maio do ano passado, pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária. Em causa estavam vários casos de "banhadas" a traficantes de droga, em que estes eram ameaçados com armas e até sequestrados, ficando por vezes amarrados.
Os suspeitos conseguiriam, "através de informações obtidas no meio criminal", saber antecipadamente as horas e os locais onde iriam ocorrer as transacções de estupefaciente, muitas vezes de drogas duras. Depois, simulavam operações policiais, chegando a exibir crachás, de forma a apoderarem-se de elevadas quantidades de produto, que posteriormente comercializavam. Terão mesmo planeado o assalto a uma ourivesaria no Porto.
Aquela actividade, de acordo com a PJ, desenvolveu-se "do Minho ao Algarve" e proporcionou aos elementos do grupo "lucros expressivos".
Amarrados no armazém
O primeiro golpe a esta rede aconteceu na noite do passado sábado, pelas 22.30 horas, em Gualtar, Braga. O agente da PSP do Porto, de 32 anos e a frequentar um curso de subchefes, foi interceptado pela PJ de Braga, pouco depois de ter assaltado um armazém de pronto-a-vestir, em colaboração com outros dois indivíduos, todos encapuzados.
O trio preparava-se para sair do local depois de ter sequestrado um funcionário e dois clientes do estabelecimento, que foram deixados "presos" num compartimento. Quando foram encontradas pelos inspectores, as vítimas estavam deitadas e com as mãos amarradas nas costas.
Os assaltantes tinham um furgão no qual iriam transportar os cerca de 5000 euros em vestuário roubado. Foi também apreendida a arma de serviço do polícia, uma pistola de calibre 7,65 milímetros (mm), que poderá ter sido utilizada noutros roubos de mercadoria de que o grupo é suspeito.
Os detidos foram presentes, ontem, ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal, em Lisboa, para aplicação de medidas de coacção, que ainda eram desconhecidas.
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