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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ABEL XAVIER - «Sinto uma paz muito grande»...

Abel Xavier anunciou este domingo, em conferência de imprensa, o final da sua longa carreira como futebolista e a conversão ao islamismo. O excêntrico jogador, que adoptou o nome de Faisal para este novo capítulo da sua vida, pretende agora tirar proveito da sua imagem para abraçar causas humanitárias, num projecto de «grandes dimensões» que promete divulgar mais tarde.

Ladeado por dois membros da família real de Ras Al-Khaimah, um dos sete emirados dos Emirados Árabes Unidos, Abel Xavier começou por deixar os seus «profundos e sinceros agradecimentos» a todos os que o ajudaram no seu trajecto futebolístico, começando pelo Sporting, onde se formou, passando pelo E. Amadora, onde deu os primeiros passos como profissional, e pelo Benfica, onde chegou a internacional e foi campeão, antes de arrancar para a longa «aventura» no estrangeiro.

Abel Xavier fez, depois, referência aos clubes por onde passou, entre 1995 e 2008, começando pelo Bari, passando pelo Oviedo, PSV Eindhoven, Everton, Liverpool, Galatasaray, Hannover, Roma, Middlesbrough e terminando no LA Galaxy. Uma longa viagem na qual está incluída a Selecção Nacional, com participações no Euro-2000 e no Mundial-2002. «Estou muito grato por tudo o que o futebol me deu. Foi uma longa viagem em que enriqueci o meu interior, aprendi línguas e muitas outras coisas», destacou o antigo internacional antes de explicar a sua adesão ao Islão.

O antigo defesa contou que sempre teve um «fascínio» pelo mundo árabe e que sempre se identificou com os valores que lhe estão associados. Além disso, Abel Xavier recorda que nasceu em Nampula, em Moçambique, país que conta com mais de seis milhões de muçulmanos. «Em todos os momentos da minha carreira encontrei conforto na comunidade islâmica», contou. Mas foi em 2003, quando jogava na Turquia, com a camisola do Galatasaray, que Abel Xavier decidiu dar um passo em frente. «Foi aí que tive um contacto mais próximo com a comunidade islâmica. Comecei a questionar-me sobre o meu passado, sobre a forma como vivi. Não me posso esquecer de onde vim e como vim. Sou muito sensível às minhas raízes», acrescentou.

Uma aproximação que resultou, agora, na sua conversão ao islamismo. «Era preciso esperar pelo timing certo. Em competição, com os treinos e os estágios, sentia-me preso. Agora sinto-me mais livre. Fui muito bem aceite, sinto uma paz interior muito grande», destacou o antigo jogador que, agora, quer dedicar o seu tempo a ajudar os outros. «Estou a dar a imagem por uma causa que defendo. Quero ser uma pessoa de paz. A mente humana pode fazer muita coisa, todos nós podemos fazer algo mais. Sempre ajudei em causas e, nesta fase da minha vida, a minha postura mantém-se, mas com uma dimensão maior, quero ter um impacto muito maior», destacou sem querer especificar a forma como vai contribuir para essas causas. «Não pretendo ajudar uma ou outra pessoa, mas sim milhões. Mais tarde vão ver», limitou-se a referir.

Apesar da sua nova relação com a religião, Abel Xavier não vai prescindir do seu peculiar visual, nem deixar de participar em eventos sociais. «Não tem nada a ver. Estamos a falar de uma situação a nível interior. Vou manter a minha postura e a minha imagem porque quero que esta contrariedade faça pensar as pessoas. Há que saber diferenciar. Não deixo de ter os meus gostos e as minhas paixões, não vou por de parte os meus projectos pessoais», explicou.

Uma nova vida com direito a novo nome. Tal como outros desportistas que aderiram ao Islão no passado, Abel Xavier passa a chamar-se Abel Faisal Xavier. «O nome foi-me atribuído pelo irmão Mohammed Bin Saqer. É um nome de um rei saudita muito conceituado e tem um significado simbólico. É a espada entre o bem e o mal, é aquilo que separa dois mundos, tem um simbolismo com o qual me identifico», contou.

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