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Radio Viseu Cidade Viriato

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

HAITI - Caso raro de sobrevivência...

É um caso para os livros e que está a integrar a comunidade médica. Darlene Etienne tem 16 anos e não só sobreviveu ao sismo que destruiu Port-au-Prince como sobreviveu durante longos 15 dias, debaixo de entulho, sem comer e sem beber um pingo de água.

Ainda não há certezas e de certo que o caso será alvo de um acompanhamento mais rigoroso, mas até ao momento, e segundo as palavras da própria Darlene, foram 15 dias sem ver a luz do dia, sem comer e sem um único líquido.

«Eu não consigo explicar isto clinicamente, é muito surpreendente», declarou Evelyne Lambert, médica e militar a prestar auxílio no Haiti. «O factor médico surpreende-nos a todos. Mas o que podemos confirmar, devido ao estado de saúde em que a jovem nos chegou, é que de facto ela esteve debaixo dos escombros durante vários dias», explicou a médica à Reuters.

Questionada sobre a possibilidade de sobreviver tantos dias sem água, a clínica não deu garantias, mas sublinhou a surpresa de todos. «É muito difícil dizer. Choveu um pouco e há sempre águas que se podem infiltrar, é difícil de dizer. Em qualquer dos casos, quando lá chegámos, não conseguimos ver água nenhuma. Ficámos também muito surpreendidos ao verificar que ela apresentava sinais de desidratação que correspondem a um longo período sem comida. De facto, na literatura é muito difícil encontrar casos de pessoas que sobrevivem mais de 10 dias sem comer e sem beber. Ficámos muitos surpreendidos com este caso», disse.

A própria Darlene já confirmou que nas primeiras declarações que não terá ingerido nada durante 15 dias. «Eu consegui falar com ela esta manhã e ela disse-me que não tinha comido, nem bebido nada e que ficou soterrada no primeiro sismo», disse a médica.

Já Claude Fulla, chefe da equipa de Protecção Civil Francesa no local, explica os primeiros momentos conta os primeiros momentos de resgate. «Quando entrei nos escombros, logo no início, ela estava visível apenas ao nível do cabelo. Eu perguntei se ela estava bem e fiquei muito surpreendido ao ouvir a sua voz fraca responder-me que estava «ok», contou Claude Fulla.

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